Mundial de Clubes: tudo sobre a nova prova da FIFA que arranca esta madrugada

É na madrugada de hoje para amanhã, pela 1 hora da manhã portuguesa, que arranca o novo Mundial de Clubes, a prova da FIFA que almeja colocar frente a frente os melhores clubes de todo o globo. O Inter Miami, de Messi, recebe o Al Ahly, do Egito. E a equipa de Lionel Messi joga... em casa: o Hard Rock Stadium, em Miami, é o local do pontapé de saída da competição.

São 12 os estádios que receberão as partidas da prova e variam entre os 20 mil e os 88,5 mil lugares para espectadores. A 13 de julho, o MetLife Stadium, em Nova Jérsia, receberá a final do Mundial de Clubes. É o recinto que os 32 clubes em prova almejam alcançar, ainda que as realidades sejam... bastante diferentes.

12 equipas da Europa, 6 da América do Sul, quatro para África, América do Norte e Ásia e ainda um lugar para a Oceânia e outro para o Inter Miami, anfitrião do torneio. Para que se tenha uma ideia da disparidade entre clubes, o Auckland City, vencedor da Liga dos Campeões da Oceânia, tem um plantel avaliado pela plataforma Transfermarkt em 4,58 milhões de euros. A equipa do Bayern, que defrontará os neozelandenses na fase de grupos, vale 903 milhões — cerca de 197 mais valiosa. É esta diversidade que a FIFA pretende: as melhores equipas das respetivas realidades a lutarem pela competição mundial. 

É precisamente por isso que há um limite bem definido: só duas equipas podem participar por cada país. É por isso que, nos 32, não estão equipas como Barcelona, Liverpool, Leverkusen, Milan ou Nápoles. Há, porém, duas exceções a esta regra: os três clubes do Brasil, Palmeiras, Flamengo e Botafogo, que venceram a Taça Libertadores nos últimos cinco anos, e os três dos Estados Unidos, visto que o Inter Miami, por ser anfitrião, não entra nestas contas. Nos 12 clubes europeus há dois representantes portugueses: o FC Porto, que partilha o grupo A com o Inter Miami, o Palmeiras e o Al Ahly, e o Benfica, que jogará no grupo C com Bayern, Auckland City e Boca Juniors.

Apesar da variedade de equipas do torneio, parecem não restar dúvidas: os principais candidatos à conquista do troféu são europeus. O PSG, de Vitinha, Nuno Mendes, João Neves e Gonçalo Ramos, é um dos emblemas que parte à frente, depois de se ter tornado campeão europeu e mostrar que é uma das equipas mais bem oleadas de todo o globo.  

O Real Madrid ataca este Mundial de Clubes em momento de reconstrução, já que esta é a primeira competição de Xabi Alonso enquanto treinador dos madrilenos, que já se reforçaram com Huijsen e Alexander-Arnold. Também o Manchester City esteve ativo neste curto mercado, aberto exclusivamente no início de junho para que os clubes se reforçassem para esta prova: o médio Reijnders, o defesa Ait-Nouri e o extremo Rayan Cherki custaram, ao todo, 128 milhões de euros aos cofres dos skyblues.

Fora da Europa também há clubes que querem fazer uma surpresa. O Al Hilal, da Arábia Saudita, de Rúben Neves e João Cancelo, ou o Palmeiras, de Abel Ferreira, são algumas das equipas que têm aspirações na prova, ainda que a diferença qualitativa ainda seja bastante evidente.

29 dias separam o pontapé de saída do levantar do troféu. Entre 14 de junho e 13 de julho, as 32 equipas lutam não só peloa taça mas também pelo bolo monetário: 926 milhões de euros serão distribuídos pelos participantes, sendo que uma parte, 486 milhões, será distribuído aos clubes apenas por participarem. Neste capítulo, o FC Porto, a 10.ª equipa com o melhor ranking FIFA dos apurados receberá, logo à partida, €16,7 milhões. O Benfica, 11.º classificado nessa lista, amealhará €14,6 milhões. 

Uma equipa de topo da Europa pode ganhar qualquer coisa como 116,23 milhões de euros se conquistar o troféu. Em média, cada jogo vale cerca de 14,7 milhões de euros, mais do que em qualquer outra competição até hoje. Joga-se o prestígio, mas também se joga, inegavelmente, o reforço da carteira.

FC Porto e Benfica ocupam dois dos 12 lugares europeus e conseguiram que Portugal preenchesse as vagas possíveis para o Mundial de Clubes. Quatro treinadores portugueses estão em prova — Abel Ferreira, do Palmeiras, Bruno Lage, do Benfica, Renato Paiva, do Botafogo e Miguel Cardoso, do Mamelodi Sundowns — e fora dos plantéis de águias e dragões há 17 jogadores lusos. São eles Rui Patrício, no Al Ain, Rúben Neves e João Cancelo, no Al Hilal, Pedro Neto e Dário Essugo, no Chelsea, João Palhinha, Raphael Guerreiro e David Daiber, no Bayern, Alberto Costa e Francisco Conceição, na Juventus, Rúben Dias, Bernardo Silva e Matheus Nunes, no Manchester City e Vitinha, Nuno Mendes, João Neves e Gonçalo Ramos, no PSG. 

Mais que uma nova competição, começa também o prelúdio para o Mundial 2026, que os Estados Unidos recebem no próximo ano. Para já, sobram... as críticas: muitos jogadores já se insurgiram contra a quantidade de jogos que são disputados anualmente e manifestaram preocupação com a diminuição do tempo de férias entre temporadas, mas a FIFA não só não pretende diminuir o número de partidas (e já ameaçou os clubes que pretendam fazer rotação de atletas) como até já anunciou que está a ponderar a hipótese de a edição do torneio de 2029 seja com 48 clubes. Para já, fica a indicação: se quiser ver a abertura do FC Porto no torneio, frente ao Palmeiras, terá de desembolsar pouco mais de 41 euros. Para ver o Benfica com o Boca Juniors, terá de pagar 38€ por um ingresso. Mas não precisa de ter pressa: para uma competição desta envergadura, a afluência não está a ser particularmente elevada...  

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