Mundial Andebol: «Já lhes disse que não queria morrer sem levar uma medalha»
Se Portugal vencer a Alemanha continua a fazer história qualificando-se para as meias-finais e fica com as medalhas no Mundial à vista. Um tema tabu em muitas modalidades, mas para a Seleção Nacional não há tabus e a pressão também pesa.
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— EHF EURO (@EHFEURO) January 27, 2025
Paulo Pereira garante que o grupo está unido e focado e não teme deslumbramentos. Trabalho é a chave e os detalhes o ferrolho para fechar um bom resultado frente a um adversário difícil, muito, mas não impossível.
«Esta Alemanha tem muitas coisas do modelo espanhol, mas isto hoje em dia é muito difícil até compartimentar porque o andebol está cada vez mais global. Vemos diferentes seleções, de diferentes partes do mundo, a fazer de tudo um pouco. Isto é um jogo, num espaço que está definido, são 40 por 20, é um espaço que não se pode violar a área e a partir daí começa-se a criar o jogo ou a aproveitar ideias de outros. O que varia às vezes são pormenores, como por exemplo o passar a bola, em que os escandinavos são exemplares. Não é por acaso que a Dinamarca tem sido sucessivamente campeã e uma das razões também é essa a forma, como eles passam, a precisão e a velocidade a que o fazem. Há atletas alemães com uma capacidade de passe fantástica, uns melhores no um contra um, outros nos remates de 9 metros… Isto vai ser uma luta enorme. O que temos de fazer é ir buscar os pontos débeis deles».
🇵🇹 Luís Frade and 🇸🇪 Albin Lagergren delivering on the edge of the inferno 🔥 Seven goals each, as Portugal and Sweden share points 🚀#CRODENNOR2025 #inspiredbyhandball@AndebolPortugal @hlandslaget pic.twitter.com/Jo6i5taDP4
— International Handball Federation (@ihfhandball) January 22, 2025
Paulo Pereira não quer revelar os pontos mais frágeis da Alemanha para não abrir o jogo ao adversário e também não conta o que vai dizer ao grupo antes de entrarem campo. «Já pensei em algumas coisas mas prefiro guardar e que seja a surpresa também eles, sim? O melhor resultado até agora era 10.º e o mais certo é conseguirmos 5.º lugar, no mínimo», conta otimista. «Mas não pensamos nisso. Neste momento só pensamos na meia-final», diz Paulo Pereira.
Porém, não é fácil evitar a palavra medalha, chegado tão perto e o selecionador diz que não só não censura, como ele próprio já falou nesse sonho. «Não vale a pena estarmos a falar em medalhas se não passamos à meia final, isso é impossível, portanto, temos que dar um passo de cada vez. Mas eu até posso abrir o jogo… Nós sempre falámos em medalhas entre nós e a frase que eu lhes disse logo no início foi que eu não queria morrer sem ter uma medalha com Portugal. E já estou a ficar velho, vou fazer 60 anos em março», confessa com um sorriso. «Portanto, eu não queria morrer sem levar uma medalha com Portugal. Disse-lhes isto logo na primeira conversa que tivemos. Claro que o primeiro objetivo era chegar aos quartos de final, agora o objetivo é a meia-final, mas sempre falámos em medalhas», assumiu.