Peter Kenyon e José Mourinho na apresentação do do 'special one' como treinador do Chelsea em julho de 2004. Foto — António Azevedo
Peter Kenyon e José Mourinho na apresentação do do 'special one' como treinador do Chelsea em julho de 2004. Foto — António Azevedo

«Mourinho é ótimo para o Benfica»

Peter Kenyon, antigo diretor executivo do Chelsea, que contratou o 'special one' em 2004, espera que o treinador possa reerguer os encarnados

Peter Kenyon certifica que o Benfica está muito bem servido com José Mourinho e espera que o special one tenha sucesso na Luz. O antigo diretor executivo do Chelsea, que contratou o treinador português em 2004, depois deste ter conquistado a UEFA Champions League pelo FC Porto, acredita que este novo casamento poderá dar muitas alegrias aos encarnados.

«Quero que José [Mourinho] tenha sucesso e quero que seja no Benfica. Acho que ele é ótimo para o Benfica e espero que o clube seja bom para ele. O futebol português sempre foi. Acho que ele sempre teve um desempenho acima da média do país. Se olharmos para os jogadores portugueses pela Europa e pelo mundo, penso que ele se encaixa perfeitamente», afirmou Peter Kenyon, atual conselheiro da equipa de Fórmula 1 Williams, à margem da intervenção Reinventando o legado: Dentro do negócio do desporto de elite, na Web Summit, em Lisboa.

«Sou um grande fã dele e um grande amigo. Acho que ele é distinto e, genuinamente, acredito que pode vir a ter muito sucesso no Benfica e no futebol português», acrescentou, recordando os anos de sucesso com Mourinho em Londres.

«Mourinho é de outra categoria. Quando chegou a Inglaterra, foi o primeiro da nova geração e acreditei nisso. Não foi fácil, a envolvência nunca foi favorável, mas acabou por correr bem por ter sido feito pelos motivos certos. Ele mudou o rumo e lançou as bases para os 15 anos de sucesso do Chelsea e não apenas para os dois anos e meio que lá esteve [comigo]. De certeza. Ele mudou a cultura. Ele sabia o que era ganhar e incutiu isso em alguns bons jogadores que nunca tinham ganhado e mudou a dinâmica. Mas ele teve um impacto maior no futebol inglês e, sinceramente, espero que ele consiga reerguer o Benfica», partilhou.

Amorim? «É difícil, mas tenho gostado da honestidade dele»

Kenyon aproveitou também para falar da experiência de Ruben Amorim em Inglaterra: «Acho que as pessoas não compreendem o quão difícil e o quão grande é o Manchester United. É uma envolvência muito diferente e penso que chegou o momento de reconstruir a sua cultura. Não se trata apenas de contratar um futebolista, mas sim descobrir o que vai fazer com que esta equipa volte a ser grandiosa. A exigência dos adeptos do United é enorme, ainda somos um dos maiores clubes do mundo e as expectativas são sempre gigantes. Mas, sem ver como adepto, estas coisas levam tempo. Não é um jogador ou um treinador que fazem a diferença, é todo o ambiente. Sei que todos estão a trabalhar nesse sentido, mas o futebol é julgado pelos resultados ao domingo e à quarta-feira. É difícil, mas tenho gostado da honestidade dele. Não foge à responsabilidade e espero que, entretanto, as coisas comecem a resultar.»

Kenyon assinalou que «nada se pode fazer sem tempo», embora também saiba que «não se pode dar tempo infinito às pessoas». Mas já vê os «resultados a começar a avançar na direção certa» e isso é «encorajador» no ambiente «brutal» da Premier League.