MotoGP Portugal: «Substituir o Miguel Oliveira é impossível»

O administrador do Autódromo Internacional do Algarve (AIA) está otimista quanto ao sucesso do Grande Prémio deste fim de semana que admite ser especial e acredita que conseguirá renovar o acordo para manter a categoria rainha em Portimão depois de 2026

— Quais as expectativas para o GP de Portugal deste ano?

— Bom, este ano, como sabemos, é um ano especial é uma corrida especial. É uma corrida em que vamos celebrar a passagem do nosso único representante nacional e marcar sete anos de excelência no MotoGP. Há 15 anos que o Miguel Oliveira está aqui, entre as várias categorias, e esperamos estar à altura. Portanto, é um grande prémio especial e não podíamos de todo ficar indiferentes. Para isso, temos vários momentos de entretenimento e também de homenagem e temos algo especial também preparado para o nosso Miguel no domingo, na cerimónia de abertura. De certa forma, como agradecimento também à passagem pelo MotoGP, que esperamos que naturalmente não seja uma despedida.

— Não será essa, portanto, a tónica.

— Não, não. As expectativas que temos são as melhores. Vai estar bom tempo e esperamos cerca  de170.000 pessoas, o nosso objetivo é conseguir vencer os números do ano passado. Para isso, temos uma estratégia muito virada para o entretenimento. Dentro da pista, sabemos que estamos a falar dos melhores em cartaz, os melhores pilotos do planeta, mas fora da pista vamos ter uma fanzone muito musculada, onde os pilotos vão passar por lá e fazer esta interação com o público em geral, onde aliás vamos fazer o pódio da corrida no sábado. Na zona ribeirinha, tivemos mais de 3000 pessoas para o lançamento do GP e foi um momento marcante, com o Miguel, e muito inspirador para os 1200 miúdos que lá estiveram. Tivemos o pit walk e sexta-feira qualquer pessoa com a sua moto pode dar duas voltas ao circuito, que está naturalmente vestido de gala.

— O Autódromo do Algarve ainda tem mais um ano de contrato com o MotoGP, existe a expectativa que continue, mesmo sem um piloto português?

— Queremos renovar com o MotoGP. Temos contrato para 2026 também e não sabemos. É público que o Miguel está a tentar de certa forma marcar presença pontualmente seja como piloto de testes, seja como piloto wild card. Mas isso não depende de nós. Porém, certo é que queremos continuar com o MotoGP. É uma corrida marcante para esta fase do ano marcante. Estrategicamente fazemos e agendamos grandes eventos, sempre fora da época alta para o Turismo do Algarve e para o Turismo de Portugal. É um evento muito importante. Há um retorno efetivo de mais de 80 milhões na região. Milhares de espectadores que por aqui passam e toda a comunidade que chega uma semana antes, que está a alugar carros, a comer, a dormir, portanto, tem um reflexo tremendo na economia. Os operadores também sentem isso e nós queremos e queremos manter essa corrida. Temos que, naturalmente, ser mais criativos. Eu não diria substituir o Miguel Oliveira, porque isso é impossível, mas criarmos dispositivos diferentes para que a corrida tenha ainda assim um atrativo e continue a ser atraente para o mercado nacional.