MotoGP: «O corpo dele estava ali à minha frente e eu ia a 200km/h»
Jorge Martín regressou no Qatar após meses de sofrimento a recuperar de duas quedas feliz, por, finalmente, poder exibir o número 1 na sua Aprilia. O que o campeão do Mundo não esperava era que, a oito voltas do final da quarta etapa do Mundial de MotoGP, novo inferno se abatesse sobre si.
O espanhol seguia em 17.º lugar quando caiu novamente.
Imediatamente atrás seguia Fabio Di Giannantonio que não conseguiu evitar o impacto com Martín já no solo.
«Tivemos muita sorte, isso é o mais importante. O Jorge estava à minha frente e saiu um pouco largo, eu estava muito perto para tentar passá-lo e quando ele caiu o corpo dele ficou mesmo à frente da minha moto, num momento em que sabemos que vamos a 200km/h. Não conseguia fazer nada e toquei-lhe. Enquanto continuava só pensava nele, estava muito preocupado. Por isso, no final da corrida fui para a frente da boxe dele. Só queria que a equipa me dissesse que estava tudo bem», contou o n.º 49 em declarações ao GPOne.
Se está hablando poco, pero creo que Jorge Martín hoy ha gastado una vida. La imagen de la caída es durísima. Ha estado muy cerca de ocurrir una desgracia tremenda. Gracias a Fabio por tener semejantes reflejos. pic.twitter.com/WCzeqpe1dY
— Álex Faura 🎙⚽️🏁 (@alexfaura) April 13, 2025
Infelizmente para o espanhol não estava. Martín está internado a resolver o colapso de um pulmão e a lidar com 11 costelas fraturadas como o próprio confirmou esta manhã.
«Fiquei surpreendido e todo arrepiado. Foi a cena mais feia da minha vida. O Jorge sofreu um forte acidente, caiu. Tentava ver os ecrãs através das grades para perceber como estava, parecia bem e por isso não mostraram a bandeira vermelha», continuou o italiano de 26 anos.
«Somos humanos, praticamos um deporto muito perigoso, talvez um dos mais perigosos do Mundo e temos consciência disso. Não devia dizê-lo, mas nós, os pilotos, nunca nos imaginamos numa má situação. A morte, uma lesão muito grave são pensamentos distantes, mas a realidade é que com 200 quilos e 200 km/h qualquer coisa pode acontecer com a moto e o piloto. Há quem seja mais realista, outros menos quando falamos disto. O episódio com o Jorge foi muito angustiante eo mais importante hoje não é o pódio, nem ser competitivo, mas sim saber que ele está bem, mesmo que se tenha lesionado novamente. Para mim a vitória hoje é saber que ele está bem, tendo em conta que podia ter sido muito pior», rematou o piloto da VR46.