Morreu o adepto tão fanático que queria chamar-se... Manchester United

Um búlgaro chamado Marin Zdravkov Levidzhov e a viver em Svishtov, uma pacata cidade na Bulgária com pouco mais de 20 mil habitantes, provavelmente nunca seria notícia em Portugal, mas o motivo é tão insólito que esta história, contada pelo The Guardian, tem de ser contada.

Tudo começou a 26 de maio de 1999, um dia inesquecível para os adeptos red devils. Durante a final da Liga dos Campeões contra o Bayern Munique, em Camp Nou, os ingleses estiveram a perder durante grande parte do jogo - Mario Basler adiantou os bávaros logo aos 5' - e Levidzhov, que já nutria simpatia pelo emblema de Old Trafford, fez uma promessa pela qual lutaria nos anos seguintes: se o Manchester United desse a volta ao resultado para levar o troféu para casa, mudaria o seu próprio nome para Manchester United.

Nem é preciso adivinhar, certo? Se bem se recorda, golos de Teddy Sheringham (90+1') e Ole Gunnar Solskjaer (90+3') concretizaram uma das reviravoltas mais épicas da história do futebol e o United venceu mesmo a Liga dos Campeões. E no dia seguinte começaria a luta legal do búlgaro, cujos gatos tinham os nomes dos jogadores mais famosos do clube, como Beckham, Rooney ou Ferdinand, para levar para a frente o seu intento. Consultou um advogado e aí se iniciou uma batalha de vários anos. Numa primeira instância, um juiz local alterou a mudança do primeiro nome para 'Manchester', mas proibiu o apelido 'United' devido a direitos de autor e Marin não ficou satisfeito. «Quero que o meu nome seja o do meu clube de futebol, não de uma cidade inglesa», disse em tribunal.

Mais tarde, conseguiu que 'United' fosse acrescentado ao seu apelido 'de origem', mas não ficou satisfeito. Estava obcecado e garantiu que «só iria parar quando o nome completo fosse Manchester United».

O caso ganhou enorme repercussão no início da última década, ao ponto de o Manchester United convidar o fanático adepto para assistir a um jogo em Old Trafford e conhecer Dimitar Berbatov, avançado búlgaro que na altura brilhava na equipa. Anos mais tarde, voltaria a ser notícia por uma tatuagem pouco habitual, colocando, no meio da testa, o símbolo do Manchester United, em jeito de protesto pela recusa permanente do tribunal em conceder-lhe o pedido na sua totalidade. Antes de morrer, na passada terça-feira, Marin batizou-se numa igreja ortodoxa, na Bulgária, sob o nome de Manchester United Zdravkov Levidzhov. «Pelo menos Deus vai saber o meu nome real», dizia aos amigos mais próximos.