Moreirense-FC Porto: a análise aos jogadores dos dragões

Passo atrás para dar dois em frente: eis Eustaquio!
 

Tudo mudou quando Grujic saiu e o canadiano recuou para a posição 6 para dirigir a reviravolta. E que delícia aqueles toques de Cardoso e Otávio nos golos, de Wendell e Martínez, à matadores


 

A FIGURA - Stephen Eustaquio (nota 7)
Divide com a equipa técnica do FC Porto esta decisão de A BOLA de lhe conceder o título de figura do jogo. Porque foi da decisão de Sérgio Conceição (na bancada)/Vítor Bruno (no banco), a decisão de tirar Grujic do jogo ao minuto 57, que Eustaquio recuou uns passos no terreno, da posição 8 para a 6, para na verdade dar vários passos em frente, no que respeita ao seu crescimento no duelo e à dimensão que, com isso, deu â equipa. Foi por ter maior amplitude de visão que fez passe fantástico para Pepê no lance do 2-1 e foi por ter esse mesmo vislumbre que o meio-campo passou, enfim, a estar sob controlo depois de quase uma hora de algum sufoco e equívocos.  


 

Notas e análise aos jogadores do FC Porto


6 Diogo Costa - Alguns nervos em excesso na primeira meia hora foram visíveis em falhas aqui e ali, sem consequências, porém. Depois, pouco trabalho teve até que, na hora H, aos 90+7’, segurou a bola com firmeza na marcação de canto no tudo ou nada dos cónegos, dizendo: «Eu estou aqui e isto está ganho, malta!» 

4 João Mário - João Camacho obrigou-o a trabalho exigente ao longo de toda a primeira parte, missão que nem sempre cumpriu com eficácia. Acabou, até, por ver amarelo ainda cedo nesse duelo particular (22’) e, com falhas no ataque e alguns a defender, saiu… ao intervalo. Parecia inevitável.

7 Fábio Cardoso - O mais eficaz a defender ainda teve tempo para lances de magia a… atacar, momento do jogo em que, inclusive, tentou de bicicleta, mas saiu torto (35’). O que não saiu nada torta foi a assistência primorosa, meio de calcanhar, meio com a parte de fora do pé, de costas para a baliza à entrada da área, para Toni Martínez fazer o 1-1. Que momento!

5 Marcano - Depois de ter tirou a sede de golo a André Luís, com corte fino e imperial (17’), terá ficado marcado pela perda para Kodisang no lance mais perigoso do Moreirense na primeira parte (43’), avançando para um segundo tempo em que raramente se reencontrou. Há tardes assim…

7 Wendell - Muito bem a subir na esquerda, serviu na perfeição Taremi (32’), que, porém, não teve o discernimento de outros dias. Aos 68’, tentou ele próprio a sorte e quase fez o 2-1, que conseguiu mesmo aos 74’, num primoroso remate de pé esquerdo, em jeito, à entrada da área, à ponta de lança. Em dia de glória, acabou, contudo, expulso (90+3’) por duplo amarelo.

5 Grujic - Perante a floresta de pernas adversárias teve muitas dificuldades nas saídas para os ataques portistas, ao mesmo tempo que ia denotando falhas, nele raras, no posicionamento defensivo, mostrando-se gritante a que teve perante a elevação de André Luís num primeiro momento do lance mais perigoso do Moreirense na primeira parte (43’).
Sem intensidade, foi substituído aos 57’ por Romário Baró.  

6 Pepê - Surgiu com perigo aos 25 minutos, servindo bem Taremi, que não deu boa sequência ao lance. Tentou ele aos 32’, mas o remate saiu por cima, voltando à carga aos 66’, aí para grande defesa de Kewin Silva. O ponto alto estava guardado para a excelente receção do passe de Eustaquio, seguido de fantástica movimentação, área dentro, abrindo espaços, combinando com o calcanhar de Otávio e fazendo a bola chegar a Wendell para o 2-1.

7 Otávio - Anda por todo o lado a organizar jogo, mas por vezes parece ele próprio algo... descontrolado na busca da melhor solução. Ainda assim, decidiu maioritariamente bem e teve aquele dom de permitir que os companheiros saibam sempre que ele está ali por perto para o que der e vier. E, depois, lembra-se de soltar magia, como naquele toque de calcanhar no lance que resultou no golo da vitória. Uma delícia!

5 Galeno - Já se sabe que passarão pelos pés dele os mais rápidos e, provavelmente, mais perigosos lances dos dragões. Há, porém, um certo impasse na hora de decidir que, por vezes, deita tudo a perder. Ontem, para não variar, tentou, mas... raramente conseguiu. Teve nos pés o 1-0, mas Ofori intercetou o tiro com selo de golo (32’).

4 Taremi - Tarde de pólvora seca com dois remates à baliza, fraco o primeiro (25’), mais forte o segundo (45’), ambos travados por Kewin Silva.

7 Toni Martínez - Entrou ao intervalo e logo se viu um Moreirense mais recuado e contido. Até surgiu no momento certo a fazer o 1-1 (67’). É o que lhe pedem.

6 Romário Baró - Entrou aos 57’ e, dois minutos após, já estava a tentar de pé esquerdo, mas o remate saiu enrolado. Sempre virado para a frente foi decisivo no 1-1 (67’), mas... teve azar: lesionou-se e teve de sair (70).

5 Nico González - Deu sequência aos lances, sem complicar, jogando simples e sem erros.

- André Franco - Ajudou a segurar preciosa reviravolta.