Luisão assume: «Tive uma depressão no Benfica, mas está totalmente superada»
Luisão, antigo capitão do Benfica, regressou ao Brasil depois de 21 anos seguidos em Portugal. No total, foram 15 anos como jogador e seis como dirigente. Em entrevista à CNN Portugal e ao Maisfutebol, Luisão assumiu que passou por uma depressão.
«É um período difícil, tendemos a isolar-nos. Eu fiquei em baixo por um período, notei no meu desempenho na última época, e no final da temporada piorou um pouco. Mas a partir do momento em que assumimos e pedimos ajuda, tudo muda. Tudo fica mais claro. Hoje é um problema completamente superado e até serve para ajudar outras pessoas, porque muitas vezes percebemos que as outras pessoas estão um pouco mais tristes, mas achamos que é uma preguiça, que é uma tristeza momentânea... E às vezes não é. Por isso é bom ver que os jogadores hoje estejam mais abertos para falar de saúde mental. Isso é importantíssimo», confessou, acrescentando que sentiu-se acolhido no Benfica.
«Isso é importante, porque o os atletas vivem muito no mais no clube do que em casa. Principalmente os mais jovens. Por isso, antes de se chegar ao ponto de perder um ser humano, é importante acolher, fazer com que o jogador se abra. Foi o que aconteceu comigo. Tive no Benfica pessoas que me acolheram, que conversaram comigo e fiquei super bem», apontou, referindo que fez uma pausa de quatro meses nas águias.
«Demos uma pausa de quatro meses. O contrato é até ao fim de 2025 e fizemos uma pausa de quatro meses, porque tinha a vontade de voltar ao Brasil e para ver se me adaptava. Agora não exerço nenhuma função no clube, mas continuo a acompanhar», atirou, falando sobre a mudança para o Brasil.
«A mudança foi bem pensada. Mas mesmo sendo bem pensada, posso dizer que às vezes assusta um pouco. São Paulo é muito grande, só de população é maior do que Portugal inteiro. Pensei muito neste regresso e, quando cheguei, em dezembro, a minha decisão foi estar perto dos meus pais no interior. Agora vim para São Paulo e tem sido um misto de sensações. É a felicidade de regressar onde cresci, a oportunidade de viver em São Paulo, mas também as memórias de quando estava em Portugal. Na verdade, é um misto de sensações na minha cabeça», completou.