Declarações do treinador do Benfica em conferência de imprensa

Lage trabalha para ter um Benfica predador

Treinador recebeu sinais positivos na Supertaça e deseja ainda maior agressividade competitiva

O Benfica venceu quinta-feira o Sporting, por 1-0 (golo do ponta de lança Pavlidis), e entrou com o pé direito em 2025/26, com a conquista da 10.ª Supertaça Cândido de Oliveira na história do clube.

A equipa está longe do melhor momento, dificilmente seria diferente com uma pré-época anormal — esteve a competir até ao início de julho no Mundial de Clubes dos EUA, o plantel teve férias e iniciou a preparação da nova temporada apenas no passado dia 14 —, mas Bruno Lage viu bons sinais. «Vencemos o jogo, tivemos 15 dias de trabalho, e olhando para o que a equipa jogou, durou 90 minutos, dá-me bons indicadores», disse o treinador dos encarnados na conferência de Imprensa a seguir ao jogo com o Sporting.

Segundo apurou A BOLA, um dos bons indicadores de que fala Lage é a maior agressividade competitiva que já deteta nos jogadores, aspeto em que tem insistido praticamente desde o final da temporada passada. «Temos de ser muito mais agressivos, tenho sido mais agressivo com os jogadores, porque temos de ser mais agressivos. Na próxima época temos de ser muito mais agressivos dentro e fora de campo, há coisas que têm de mudar radicalmente, pôr a agressividade que alguns não têm cá fora. Não pode voltar a acontecer um jogador ganhar a bola perto da área dele e levar bola até à nossa área, tem de haver essa agressividade. Se tiver de haver uma ou outra patada ou zanga no treino entre nós, que assim seja, quem nos pisar não vai ficar a rir ou a cantar. Temos de ser mais agressivos, dentro e fora de campo, temos de mostrar mais essa agressividade e vamos mostrá-la», garantiu o técnico, em junho, ainda nos EUA, antes de defrontar os alemães do Bayern na fase de grupos do Mundial de Clubes (1-0).

«Se tiver de haver uma ou outra patada ou zanga no treino entre nós, que assim seja, quem nos pisar não vai ficar a rir ou a cantar.»

Anteontem, frente ao Sporting, Mário Branco, novo diretor-geral para o futebol das águias, apontou nesse mesmo sentido. «O que nos pode faltar a nível físico tem que nos sobrar a nível de ambição, agressividade e paixão», disse Branco antes do confronto com os leões, lançando um mote para a Supertaça, mas igualmente para a nova época.

Um dos lances do desafio da Supertaça que deixaram Lage agradado, apurou também A BOLA, foi aquele em que Enzo Barrenechea, médio-defensivo argentino contratado este verão, e fez no Estádio Algarve somente o segundo jogo dele pelas águias, disputou a bola com Diomande, central do Sporting. Enzo escorregou junto à área do adversário, perdeu a bola, mas depois, junto à relva, tentou evitar com a cabeça que o defesa aliviasse a bola ou saísse com ela a jogar. Enzo acabou por fazer o corte, utilizando cabeça, pés e corpo, e foi lançamento de linha lateral para o rival.

Bruno Lage vê, portanto, evolução na personalidade competitiva da equipa, que ganhou com a chegada de elementos como Richard Ríos. O médio colombiano contratado ao Palmeiras, por €27 milhões, tem mostrado em campo algumas características de liderança e defesa da equipa, no campo, que fazem sorrir o treinador.

SEM TEMPO PARA RESPIRAR

Os encarnados tiveram uma pré-época curta e há a necessidade de conhecer e adaptar rapidamente os reforços à ideia de jogo. O lateral-direito Dedic, o lateral-esquerdo Obrador, os médios Barrenechea e Ríos, e o ponta de lança Ivanovic (oficializado terça-feira) são as novas caras, mas vão chegar mais até final de agosto.

A equipa tem já na próxima quarta-feira mais um teste muito importante, desta vez na Europa — joga em Nice a 1.ª mão da 3.ª pré-eliminatória de acesso à fase de Liga da UEFA Champions League. Frente aos franceses, Lage pretende ter uma equipa mais consolidada mas para isso, alerta, a «falta de tempo» para preparar a equipa é o «maior adversário» que enfrenta. O técnico parece ter, porém, um Benfica mais agressivo e pronto para a luta.

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