José Gomes, marcou o golo do Nacional no empate (1-1) com o Estrela da Amadora. - Foto: FILIPE AMORIM/LUSA
José Gomes, marcou o golo do Nacional no empate (1-1) com o Estrela da Amadora. - Foto: FILIPE AMORIM/LUSA

José Gomes abriu o… José Gomes, mas Sidny fechou-o (crónica)

Boa primeira-parte dos madeirenses, merecedora de vantagem mais alargada. Reação enérgica dos tricolores, que chegaram com mérito ao empate e até podiam ter saído a sorrir

«Jogo entretido», previu Tiago Margarido na antevisão ao encontro. E teve razão o treinador do Nacional: lutou-se muito, oportunidades nas duas balizas não faltaram e no final todos saíram com a sensação do dever cumprido. O empate acaba por espelhar as duas partes distintas, com o Nacional a mandar até ao intervalo e o Estrela da Amadora a reagir depois e a dominar até final.

Sacudida a pressão inicial dos tricolores, os madeirenses controlaram as operações em terreno adiantado, mostrando segurança nas ações, com grande sentido coletivo e com todos os jogadores cientes do seu papel. Foi encostando o adversário com tamanha superioridade, que o golo adivinhava-se.

Assim foi, mas o primeiro não contou. Na marcação de um pontapé de canto, Chico Gonçalves marcou de cabeça, mas Fábio Veríssimo anulou o lance porque considerou que Matheus Dias estava a importunar Renan Ribeiro na sua zona de ação. Um silvo do árbitro que retirou a cereja do topo do bolo na exibição segura do jovem central como titular na Liga.

Sempre em crescendo, o Nacional foi mais incisivo perto do descanso, com Renan Ribeiro a deter um livre de Liziero e Laabidi a acertar no poste direito. Adivinhava-se o golo e José Gomes abriu o marcador no… José Gomes! O lateral-esquerdo atirou em rotação na sequência de canto. E até pecou por escassa a vantagem dos insulares antes do descanso, com Witi, num tiro em jeito e Matheus Dias, de cabeça, a desperdiçarem supremas ocasiões.  

Sem ligação e com o setor avançado distante, em termos ofensivos a primeira parte do Estrela resume-se a Kikas. Primeiro num toque de calcanhar que levou a bola ao poste, mas o lance não valeu porque Sidny Cabral, que assistiu, estava em posição irregular. Perto do descanso, de cabeça, falhou o alvo por pouco.

Bem diferente foi a segunda metade. A reação do Estrela da Amadora foi enérgica e depois de Chuchu Ramírez ter falhado a primeira ocasião do período, a equipa de João Nuno apertou na frente, com a entrada de Jovane Cabral a ser decisiva, acrescentando velocidade e virtuosismo ao ataque.

Kaique ainda brilhou antes do Estrela empatar, num cabeceamento de Paulo Moreira, mas a determinação com que Jovane furou na área até ser travado por Liziero, colocou Sidny Cabral na marca de grande penalidade. Kaique ainda defendeu a primeira tentativa, mas o guarda-redes adiantou-se antes e na repetição o cabo-verdiano não vacilou.

De seguida Paulinho Bóia teve nos pés a derradeira ocasião dos madeirenses na partida, qua até final ficou marcada pelo desperdício tricolor. Kikas (66’ e 83’) e Jovane Cabral, com um tiro aos ferros aos 88’, falharam a melhores oportunidades.

O melhor em campo: Kikas
Não marcou, mas deu uma trabalheira enorme à defesa madeirense. Se ofensivamente o Estrela existiu na 1.ª parte, deve-o ao seu capitão, que esteve nos únicos momentos de perigo que criou. Também foi importante na reação que se seguiu na etapa complementar e esteve perto do golo aos 66’ e num remate acrobático aos 83’.

As notas dos jogadores do Estrela da Amadora: Renan Ribeiro (6), Luan Patrick (5), Chernev (5), Montóia (6), Jefferson Encada (4), Paulo Moreira (6), Oumar Ngom (5), Sidny Cabral (7), Abraham Marcus (6), Kikas (7), Robinho (5), Schappo (4), Jovane Cabral (7), Ianis (5), Antonetti (-) e Jorge Meireles (-)

A figura do Nacional: Paulinho Bóia
Parte para cima dos adversários sem problemas, fazendo uso da velocidade e capacidade de execução, atributos que usou para criar boas situações para alvejar a baliza ou para servir os colegas, como aconteceu ao 15’ quando serpenteou na área e serviu Laaabidi, que atirou ao poste direito. Na 2.ª parte esteve perto de festejar num tiro cruzado.

As notas dos jogadores do Nacional: Kaique (7), João Aurélio (5), Léo Santos (6), Chico Gonçalves (6), José Gomes (6), Laabidi (5), Matheus Dias (6), Liziero (6), Witi (5), Jesús Ramírez (5), Paulinho Bóia (7), Lucas João (-), Nourani (-) e Martim Watts (-)

O que disseram os treinadores:

João Nuno, treinador do Estrela da Amadora

Fiquei muito satisfeito com a segunda-parte, mas não era o resultado que queríamos. O Estrela não ficou satisfeito, estamos tristes devíamos ter ganho. Há um jogo até à lesão do [Jefferson] Encada e depois o Nacional esteve por cima e justificou a vantagem ao intervalo. Na segunda-parte só há Estrela o tempo todo, sempre melhor e superior. Estivemos perto do 2-1, lutamos até final e é este o Estrela que quero. Olhando para o jogo, merecíamos claramente a vitória, sobretudo pela nossa segunda-parte. A paragem é muito importante para nós, temos muito trabalho pela frente, muito processo para consolidar, mas o que fizemos na segunda-parte dá-nos grandes perspetivas de futuro.»

Tiago Margarido, treinador do Nacional

«Na primeira-parte o Nacional foi superior em todos os momentos. Conseguimos pressionar em zona alta, tivemos oportunidades de golo e aproximações muito boas à baliza que nos podiam ter dado uma vantagem mais ampla ao intervalo. Na segunda-parte entrámos a controlar, depois do nada surge o penálti do Estrela e eles ganham ascendente, contando também com o apoio das bancadas. O empate ajusta-se e é mais um ponto na nossa caminhada. Nos últimos jogos temos tido sempre um episódio que nos leva para baixo. São lances fortuitos, mas temos é de nos concentrar em nós, no jogo. Temos de ser mais maduros, mas somos uma equipa jovem e estamos a aprender com estes episódios. No futuro estaremos mais fortes de certeza.»