«Jogar por José Mourinho é como fazer parte de um culto»

Joe Cole revelou como é ser jogador de uma equipa treinada por José Mourinho e quais os principais motivos do sucesso do special one. O antigo avançado inglês, que trabalhou sob as ordens do técnico no Chelsea, e com quem conquistou duas Premier Leagues, uma Taça de Inglaterra, uma Supertaça e duas Taças da Liga inglesas, contou, em entrevista à revista FourFourTwo, como ficou marcado, e de que maneira, pela experiência.

«Jogar por José Mourinho foi como entrar para um culto. É assim, provavelmente, com todos os grandes treinadores», afirmou o agora comentador televisivo, 44 anos, que puxou o filme até 2004, ano em que Mourinho pegou no Chelsea e começou a impressionar logo no dia da apresentação, no qual foi batizado, pela imprensa britânica, de special one.

«Tinha acabado de ganhar a Liga dos Campeões pelo FC Porto e fez-nos sentir que éramos imbatíveis e impenetráveis. Em parte pelos métodos de treino, mas também pela gestão humana e cultura que implementou, a força interior que nos incutiu», partilhou o antigo avançado, para quem alguns tinham de ficar pelo caminho.

«Reconhece depressa os vencedores e isso é subestimado. Os jogadores que não conseguiam fazer o que ele queria... porta fora, pum. Pressionava e pressionava, sabia quais os jogadores em quem podia confiar. Era brilhante nisso», elogia Joe Cole, para quem o percurso também não foi fácil, apesar de ter sido um dos mais importantes jogadores daquela equipa.

«Também me pressionou muito. No início da primeira época, marquei o golo da vitória sobre o Liverpool, mas ele não estava contente comigo. Na entrevista depois do jogo disse qualquer coisa como isto: 'Joe Cole marcou o golo da vitória e não fez mais nada.' Tinha uma cara boa e uma cara má. Basicamente, estava a dizer que deveria perseguir todos os adversários que conseguisse. Toda a gente me dizia: 'Ele disse isso de ti?' Sou humano, é mais fácil quando dizem coisas boas de nós. Mas nunca tive problemas com a honestidade dele. O meu modo de vida passou a ser perseguir os adversários», recorda o antigo avançado.

«Mas José também disse muitas coisas boas de mim. Depois de termos eliminado o Barcelona da Champions [nos oitavos de final, em 2005], gritou enquanto festejávamos no relvado: 'Joe, ganhámos por causa de ti.' Senti-me no topo do mundo», rematou Joe Cole, que, em setembro, na visita do Benfica a Stamford Bridge reencontrou Mourinho — e o encontrou foi selado por forte abraço.