João Marques: «O mister vê o que fazemos nos treinos e todos contam para ele»
É na «alegria em campo» que o Estoril tem sustentado o seu futebol atrativo, nomeadamente desde a chegada de Vasco Seabra ao comando técnico. João Marques tem sido aposta para o lado esquerdo do ataque e, em conversa com A BOLA, não esconde a satisfação por representar uma das equipas da moda em Portugal.
O Estoril está neste momento a praticar um futebol muito atrativo e estará entre as equipas que melhor está a jogar em Portugal. Tem que ver com alegria dentro de campo?
Claro que sim, a alegria que pomos nos treinos e nos jogos vem de um grupo muito forte. Os jogadores jovens dão coisas muito boas ao jogo e os mais velhos têm muita experiência.
A equipa contabiliza duas vitórias contra o FC Porto e nesses dois jogos em concreto utilizou um total de 21 jogadores. Isso atesta a qualidade do plantel?
Sim. O nosso mister vê o que fazemos nos treinos e todos os jogadores contam para ele. Nós damos o nosso melhor para que cada um de nós seja opção e isso é também a prova de que ele tem confiança em nós e nós lhe damos confiança para sermos colocados em prova em qualquer jogo.
O Estoril mudou de esquema tático – começou a época a jogar em 4x3x3 e passou a jogar em 3x4x3. Essa mudança foi importante para criar esta boa sequência de resultados?
Na minha opinião, a mudança tática foi importante porque acho que nos deu uma coesão defensiva diferente de outros jogos que fizemos. Senti que estávamos mais confortáveis com essa mudança tática e até agora tem corrido bem.
O Estoril apenas perdeu quatro jogos com Vasco Seabra ao comando, em doze realizados. O que acha que mudou na equipa para que os resultados sejam tão positivos?
Com a chegada do mister Vasco, acho que nos deu um trabalho de forma tática, no campo do treino, um pouco diferente do que a que estávamos habituados a ter com o mister Álvaro. Acho que conseguimos corresponder ao que o mister nos dá nos treinos, até agora conseguimos cumprir.
Na fase inicial, o Estoril esteve entre as defesas mais permeáveis da Liga. Residiu aí o principal problema dessa altura?
Havia situações em que num determinado jogo sofríamos um golo no final e claro que a equipa, sofrendo esse golo e não obtendo a vitória e com um mau resultado, como um empate ou uma derrota, é sempre frustrante para os jogos que se seguem. Mas o ambiente sempre foi positivo dentro do plantel.
O Estoril já projetou jogadores como Matheus Nunes, Chiquinho, Miguel Crespo, André Franco ou, mais recentemente, Tiago Gouveia (estava cedido pelo Benfica). Olha para estes casos de sucesso e revê-se?
Não posso dizer que não, acho que o Estoril tem uma estrutura muito forte e uma das coisas positivas desta estrutura é que aposta muito nos jovens e isso tem-se visto ao longo dos últimos anos. É algo para o qual temos de fazer o nosso trabalho e se o fizermos de forma positiva acho que podemos ser recompensados.
Como é que um jovem como o João lida com as notícias de mercado?
Nós vivemo-lo de forma tranquila porque neste momento estamos no Estoril, é o clube que representamos e onde jogamos. Acho que temos de dar o melhor pela equipa que representamos e se um dia acontecer algo positivo para mim e para o clube, claro que isso será uma opção.
O João é natural do Barreiro e estreou-se como sénior pelo Vitória de Setúbal. Com os dois clubes na mesma divisão (Campeonato de Portugal) e série (Série D), qual apoia?
(risos) Não posso esconder que o clube que me criou e onde praticamente nasci foi o Barreirense. No entanto, a minha passagem pelo Vitória foi também muito positiva.