Janeiro vai decidir campeonato
Aproxima-se o fim do ano e com ele reabre o mercado de transferências. Uma oportunidade para os clubes equilibrarem os plantéis ou mesmo darem armas decisivas aos treinadores. Acredito mesmo que janeiro decida o campeonato.
Como todos sabemos, o dinheiro não abunda em Portugal, pelo que todo e qualquer investimento tem de ser bem ponderado. O mesmo será dizer que as verbas têm de ser canalizadas para os alvos certos, para jogadores que sejam mais-valias, que dispensem adaptações e que de imediato tenham rendimento.
O FC Porto está a ter um percurso praticamente imaculado e é o líder inquestionável, mas sou daqueles que não acredita que o campeonato esteja decidido, mesmo com os dragões a mostrarem-se muito fortes, como se constata pelos cinco pontos de vantagem sobre o segundo, o Sporting – que venceu em Alvalade –, e oito sobre o terceiro, o Benfica, o único que foi capaz de travar os azuis e brancos, em pleno Dragão.
Na próxima temporada o futebol português vai manter os mesmo lugares na UEFA Champions League e com o segundo classificado a ter de sujeitar-se a pré-eliminatórias, o que significa que há apenas dois poleiros para três galos. Isto num momento em que as verbas provenientes da UEFA têm um peso decisivo nos orçamentos dos clubes e o que ficar de fora só tem duas possibilidades: a venda dos melhores jogadores ou o… endividamento.
Têm a palavra André Villas-Boas, Frederico Varandas e Rui Costa. Há um ano foi o presidente do Benfica quem mais investiu e agora, digo eu, também vai ser. Dahl, Manu Silva, Bruma e Belotti foram as prendas de Bruno Lage, que pouco depois perdeu os dois portugueses, devido a lesão. O sueco e o italiano não chegaram para o Benfica alcançar o título, que fugiu para o rival Sporting, que muito o deve a Rui Silva, que acabou por ser o reforço de inverno mais decisivo da época transata. A outra contratação dos leões foi o brasileiro Biel, que se revelou um fiasco.
Já no FC Porto salvou-se no meio do caos que foi a era Martín Anselmi o brasileiro William Gomes, que só agora, sob o comando de Francesco Farioli, se mostra uma mais-valia. Já sobre o jovem argentino Tomás Pérez ainda ninguém sabe bem o que vale.
Luuk de Jong, Lukebakio e Quenda lesionaram-se com gravidade e obrigam os clubes a encontrar substitutos. Não duvido que os três grandes vão abrir os cordões à bolsa e o que mais acertar ganhará pontos na corrida ao título. É que não acredito que se repita o operado por Rui Borges em Alvalade na época transata…