Insultos, cuspidelas e agressões: Nice vive noite de terror
Os adeptos do Nice atacaram a equipa na noite de domingo, depois da derrota frente ao Lorient, a contar para a Ligue 1.
O jogo foi fora, e na chegada ao aeroporto de Nice, os jogadores foram logo informados de que cerca de duas dezenas de adeptos, insatisfeitos, aguardavam o grupo, do qual faz parte Tiago Gouveia, emprestado pelo Benfica, no centro de treinos do clube.
De acordo com a imprensa francesa, o número aumentou e passou para 400 as pessoas que aguardavam o autocarro do conjunto da Côte d'Azur. Os jogadores foram aconselhados a não reagirem, relata o L'Équipe, para se evitar que o problema escalasse.
No entanto, os ânimos começaram a aquecer quando o autocarro se aproximou do portão: várias tochas foram deflagradas e os primeiros insultos começaram a ser proferidos.
Um dos líderes da claque Populaire Sud entrou no autocarro, enquanto no exterior o ambiente ia ficando cada vez mais tenso. Os futebolistas receberam a garantia de que nada aconteceria quando saíssem do veículo, perante uma atuação «estranhamente passiva» das forças de segurança presentes no local, segundo o Foot Mercato.
«Arrancaram-lhe o gorro, puxaram-lhe os cabelos e depois levou uma dezena de socos, alguns deles na zona genital»
O técnico da equipa de Tiago Gouveia, Franck Haise, foi um dos mais visados, mas conseguiu conversar com alguns adeptos. O mesmo aconteceu com o capitão Melvin Bard e Sofiane Diop. Criaram-se vários grupos de diálogo, enquanto os restantes atletas iam deixando o autocarro. Alguns foram alvo de cuspidelas e a situação escalou definitivamente com Terem Moffi: segundo os testemunhos, o avançado levou uma dezena de socos. Moffi tem sido um dos mais castigados pelas críticas neste mau momento do Nice, depois de ter oferecido bilhetes a adeptos do Marselha, no desafio de 21 de novembro.
«Arrancaram-lhe o gorro, puxaram-lhe os cabelos e depois levou uma dezena de socos, alguns deles na zona genital», descreveu uma testemunha, ao L'Équipe. Jéremie Boga também teve 'sorte' semelhante, assim como Florian Maurice, diretor-desportivo, responsabilizado pelas transferências do último verão.
Após vários minutos de tensão, a comitiva conseguiu finalmente refugiar-se em segurança. «Alguns estavam em choque», descreveu uma fonte próxima de um jogador. «Os atletas questionavam-se como era possível não estarem protegidos numa situação daquelas», acrescentou outra fonte.
«O grupo está em choque», garante uma fonte do Nice, e alguns futebolistas lamentam o facto de ainda não terem sido contactados pela direção do clube. O presidente, Jean-Pierre Rivère, viajou de Lorient para Nice com a equipa, mas seguiu na viatura particular a partir do aeroporto e não esteve presente no incidente.
O Nice perdeu no terreno do Lorient na tarde de domingo, por 3-1, e três dias depois de ter sido derrotada no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, para a Liga Europa. São já seis as derrotas consecutivas, além do 10.º lugar na Ligue 1.
Além do FC Porto, a formação francesa também já defrontou o Benfica esta temporada: caiu diante das águias na terceira pré-eliminatória de acesso à UEFA Champions League.
O próximo jogo dos comandados de Franck Haise é no próximo domingo, em casa, com o Angers.