«Florentino Pérez falta à verdade e há testemunhas»

Está definitivamente entornado o caldo entre o presidente da LaLiga e o homólogo do Real Madrid e na noite desta segunda-feira, Javier Tebas voltou a deixar duras críticas a Florentino Pérez.

Pérez visou Tebas durante o discurso que abriu a Assembleia-Geral do Real Madrid de domingo, e teve logo uma resposta do líder da LaLiga. Esta noite, a propósito da Gala do Desporto da Marca, reforçou-a.

«Há factos que [Florentino Pérez] deturpou e noutros faltou rigorosamente à verdade. O que mais me preocupa é a questão da teoria da mudança de propriedade dos cinco por cento, em que ele atribuiu a culpa à Liga... Isso não é verdade, já o disse no ano passado e volto a repetir. Ele falta à verdade e há testemunhas», afirmou.

«Na realidade, foi ao contrário. Nós negociámos com o governo um anteprojeto da Lei do Desporto que incluía os direitos que a LaLiga já tinha conquistado nos tribunais contra o Real Madrid. Foi ele que o alterou. E quando [o projeto] saiu do Conselho de Ministros, acordámos tanto com o PP como com o PSOE, através dos seus grupos parlamentares, a introdução de emendas para defender o que a LaLiga tinha ganho em tribunal», continuou.

Tebas continuou depois: «Ele voltou a reunir-se em agosto, desta vez com o senhor Feijóo [líder PP], e convenceu o Partido Popular a retirar as emendas. Mas a história não acaba aqui. No Congresso, foram feitas emendas na altura e o texto ficou conforme o acordado. O ministro Iceta e o secretário de Estado Franco são testemunhas de que foi assim.»

«Nós não introduzimos nenhuma emenda, foi ele quem alterou tudo e depois regressou-se à origem para defender o que já tinha sido ganho nos tribunais, o que não representa qualquer expropriação. Ele faltou à verdade. Usar isso como desculpa pode ser qualquer coisa, não me vou meter nos assuntos internos do Real Madrid, mas o que não se pode é faltar à verdade, e Florentino faltou à verdade», garantiu.

Na causa deste desentendimento, refira-se, está o facto de Florentino Pérez querer abrir a porta a um investidor externo no Real Madrid, com uma participação no clube entre os cinco e os dez por cento. Javier Tebas defende que há o perigo de posteriormente haver influência desse eventual investir externo no clube e acusa Pérez de querer criar um modelo mais corporativo.

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