Festa do basquetebol juvenil em Albufeira que mostra diferenças de um país
Após a cerimónia de abertura, na véspera, junto à Praia do Pescador em Albufeira, esta quinta-feira foi o momento de verdadeiramente começar a 17.ª Festa do Basquetebol juvenil na Cidade Europeia do Desporto de 2025, colocando em ação os mais de mil jovens basquetebolistas das 18 associações distritais, repartidos pelas seleções masculinas e femininas de sub-14 e sub-16, com 15 elementos cada.
São 64 partidas só neste primeiro dia do evento que decorre em sete pavilhões de Albufeira e, ao longo da manhã, alguns resultados mostraram rapidamente porque Porto, Lisboa e Aveiro estão habitualmente entre os candidatos a finalistas, tendo arrebatado 58(!) dos 64 títulos possíveis nas 16 edições anteriores.
Mesmo com as seleções divididas, e bem, entre Divisão A e Divisão B, há resultados que mostram, apesar das idades serem jovens, o que pode significar ter a hipótese de treinar e construir uma seleção num distrito de população elevada, com múltiplos e bons clubes para desenvolver a atividade desportiva, neste caso, especificamente basquetebol, em contraponto àqueles onde o universo desportivo e de clubes para o praticar, sobretudo sem terem equipas de escalões mais velhos a atuarem num nível superior, podem ajudar a limitar as ambições.
Resultados como: Braga-Guarda, 87-5 nas Sub-16 femininas, Coimbra-Aveiro, 17-85; Braga-Lisboa, 28-59; ou Vila Real-Leiria, 19-85, nos sub-14 masculinos; ou também Braga-Bragança, 69-12; Leiria-Guarda, 59-20; e Vila Real-Viseu, 28-27 nas Sub-14 femininas só servem para mostrar, a nível local e nacional, onde é mais necessário ajudar e a que nível. E dizem que depois da pandemia o desnível era ainda pior.
Nada que, infelizmente, também não aconteça noutras modalidades pelo país e que encontros como estes ajudam a confirmar essas assimetrias e, além de darem oportunidades a todos poderem jogar com os melhores do país, deve mostrar onde é preciso ajudar a construir caminhos e elevar a ambição de querer ser como os outros. Ou melhor ainda, ser mais do que os outros, como vem acontecendo nas seleções nacionais. Houve associações que já têm dado esses passos de crescimento, mas, como todos sabem, sobretudo os que lá vivem, não é fácil.
Também não será por acaso que praticamente todas as equipas da Liga Betclic se situam nesses polos de maior peso, tradição e investimento, se encontram mais próximo do litoral do país e ilhas.