Febre Di María toma conta da Argentina

O regresso do filho pródigo a casa, de Ángel Di María ao Rosario Central, em nova decisão carregada de sentimento, domina a atualidade desportiva na Argentina. Para muitos ainda custará a acreditar, afinal há um ano o campeão do mundo e respetiva família estavam a ser ameaçados por elementos da claque do Newell's Old Boys ligados ao narcotráfico.

O avançado de 37 anos sucumbiu às emoções do coração que sempre bateu pelo Rosario Central quando poderia facilmente optar por uma reforma de luxo sem o perigo de estar a pensar 24 horas em segurança.

A 25 de abril, A BOLA anunciou que Di María admitia voltar ao Rosario Central e que estava a preparar as melhores condições possíveis para a família. Lá jogará depois de ainda participar no Mundial de Clubes pelo Benfica, que enfrentará Boca Juniors (16/6), Auckland City (20/6 ) e Bayern (24/6) na fase de grupos.

Enzo Fernández, médio que jogou a primeira metade da época 2022/2023 no Benfica, transferindo-se de seguida para o Chelsea por €121 milhões, resumiu tudo de forma simples. «Incrível! Incrível!», desabafou o internacional argentino, que foi campeão do mundo com Di María em 2022.

Em passo apressado no aeroporto de Ezeiza, Buenos Aires, o médio ainda assinalou que o regresso «de uma lenda como el fideo é histórico para o futebol argentino».

O médio integrará os trabalhos da seleção argentina, para os quais também foi convocado Nicolás Otamendi, cujo futuro continua incerto.

Se muitos foram apanhados de surpresa, outros nem por isso. No Rosario Central os jogadores já contavam com boas notícias. Foi o que revelou o médio Ignacio Malcorra, do Rosario Central — contou que Di María conversava muito com jogadores da equipa depois dos jogos do Rosario Central.

«Falámos muito e conhecíamos a vontade forte dele de voltar. Felizmente concretizou-se. Tenho uma alegria enorme de poder partilhar um relvado com um campeão do mundo e um dos melhores jogadores da história do nosso país. Vamos desfrutar», afirmou à televisão TyC Sports.

«Que cheguem mais jogadores do nível de Ángel. A exigência será maior, a fasquia estará mais alta. Isso chama atenção. Isso faz bem ao futebol argentino», acrescentou Malcorra.

A contratação de Di María, ninguém duvida na Argentina, fará muito bem ao Rosario Central. O correspondente na Argentina do jornal catalão Mundo Deportivo dá conta da loucura que tomou conta dos adeptos e do clube e que só no primeiro dia foram feitas mais de duas mil reservas de camisolas (custam cerca de 115 euros), que poderão ser levantadas amanhã na loja oficial do clube. A expectativa do Rosario Central, segundo a mesma publicação, é vender 50 mil nos primeiros três meses.

A contratação de Di María, acredita o clube, permitirá a atração de novos patrocinadores, o aumento do número de sócios e a organização de particulares. Para lá, claro, daquilo que o avançado ainda pode dar em campo.