FC Porto: o dinheiro gerado pelos excedentários e os lucros projetados
A SAD do FC Porto não deixou pontas soltas no que toca à colocação, venda ou rescisões do alargado grupo de jogadores considerado excedentário, embora haja uma exceção: Vasco Sousa foi emprestado ao Moreirense numa perspetiva de ganhar minutos e voltar ao Dragão mais consolidado. Para todos os efeitos, o médio foi cedido aos cónegos com opção de compra, por um valor elevado e, em tese, dissuasor, €8 milhões.
Os restantes atletas cedidos, Samuel Portugal, Franco, Namaso ou Iván Jaime, não têm perspetivas de regresso aos azuis e brancos. Todos juntos, incluindo Vasco Sousa, podem gerar um encaixe futuro acima dos €20 milhões, se as respetivas opções de compra foram acionadas. Mesmo com proprietário norte-americano (o fundo BKFC), não é crível que o Moreirense compre Vasco Sousa. Considerando os cenários mais viáveis, o FC Porto poderá esperar um encaixe a bater quase nos €13 milhões no futuro. No imediato, estes negócios renderam ao FC Porto €1,465 milhões.
Em algumas situações, a venda pode tornar-se automática. Por exemplo, no caso de Namaso, basta o avançado disputar 60% dos jogos pelo Auxerre e que o clube francês permaneça na Ligue 1 para haver encaixe garantido de €5 milhões. Na mesma linha, a compra imediata de 80% dos direitos económicos de Iván Jaime pelo Montréal, da MLS, depende do espanhol disputar 60% dos jogos. O valor da compra é variável: €5 milhões se a opção for exercida até ao final de janeiro, €5,5 milhões se for acionada até ao final de maio.
Em matéria de ganhos com a transferência de atletas que Farioli não tinha intenção de manter nem de fazer regressar (Navarro), o saldo foi também ele positivo: €32 milhões brutos. As vendas dos passes de Otávio (€17 M, Paris FC), Zé Pedro (€2 M,Cagliari), Gonçalo Borges (€10 M, Feyennord) e Fran Navarro (€3 M, SC Braga) aliviaram a folha salarial do plantel e permitiram à administração atacar outros alvos para elevar a qualidade do grupo. Estes jogadores poderão ainda gerar mais €4,25 M em receitas, se alcançarem determinados objetivos desportivos.
Por fim, também numa lógica de poupar em salários, Grujic (AEK), Fábio Cardoso (Sevilha) e Romário Baró (Radomiak Radom) saíram a custo zero, mas com o FC Porto a salvaguardar 40 % dos direitos económicos do médio português e 25 % de uma futura venda do central. Relativamente ao sérvio, a SAD libertou-se de um encargo salarial na ordem os €2 milhões limpos/época. No levantamento que A BOLA fez não entram as transferências de João Mário (€ 12 M) e Francisco Conceição (€ 41 M, já com a taxa de empréstimo) para a Juventus. Foram operações que não se enquadram no âmbito dos chamados excedentários.
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