André Villas-Boas na reunião da EFC - Foto: FC PORTO
André Villas-Boas na reunião da EFC - Foto: FC PORTO

FC Porto: cantos no protocolo do VAR e reunião com o CA com data definida

André Villas-Boas ajuda a projetar o futuro da arbitragem europeia. Presidente dos dragões alertou, em encontro da EFC, para a necessidade de uniformizar o VAR. Protocolo deve sofrer alterações no futuro e cantos podem ser incluídos

Direto e crítico nas intervenções que teve ao longo do último mês sobre a arbitragem nacional, André Villas-Boas não se fica pelas palavras. Procurando desempenhar papel de relevo na evolução do setor — e do futebol no geral — não só a nível interno, mas também fora de portas, o presidente do FC Porto marcou presença no Men's Football Working Group, encontro promovido no âmbito dos trabalhos da European Football Clubs (EFC) na última terça-feira, em Frankfurt, que teve como temas centrais as leis do jogo e o calendário internacional como componentes do futuro do futebol.

No primeiro capítulo, o dirigente máximo dos dragões expôs várias preocupações relacionadas com arbitragem perante David Elleray, antigo juiz internacional e representante do IFAB, entre as quais o papel determinante que o organismo pode desempenhar na sensibilização da UEFA para a importância de uniformizar o VAR e outras tecnologias de arbitragem — linha de golo, fora de jogo automático... — em todas as provas europeias e, idealmente, nos países do 'top-8' do ranking europeu.

Elleray adiantou que poderão surgir novidades e alterações ao protocolo do videoárbitro em breve, permitindo a intervenção da ferramenta em casos de erro grosseiro evidente. Nesse enquadramento, apurou A BOLA, estarão incluídos os pontapés de canto, de forma a reverter, por exemplo, lances como o que acabou por decidir o Santa Clara-Sporting no passado dia 8. Mas não só: os cartões amarelos também podem entrar nesta equação. Foram ainda discutidas medidas com vista ao aumento do tempo útil de jogo, nomeadamente a introdução de um período limite na execução de lançamentos laterais. A conversa entre os intervenientes tocou, ainda, noutro tópico controverso: o tempo que se perde quando os guarda-redes se lançam para o chão e ficam caídos no relvado após efetuarem uma defesa.

Ainda no dossiê das leis do jogo, foram debatidos diferentes formatos de arbitragem para o futuro, entre eles a colocação de dois árbitros em campo e a ausência de assistentes quando houver uma automatização de tal ordem que permita decidir sobre foras de jogo e a posição da bola (se está dentro ou fora) no terreno de jogo.

De resto, Villas-Boas, que é membro do Comité de Competições de Clubes da UEFA, também discutiu a necessidade de um alinhamento mais eficaz entre clubes e federações nacionais no processo de chamadas de jogadores às seleções, bem como propostas que visem salvaguardar o direito ao descanso dos atletas e uma gestão mais equlibrada do calendário.

Reunião com o Conselho de Arbitragem na terça-feira

A reunião que o FC Porto revelou ter pedido ao Conselho de Arbitragem já tem data marcada e vai, sabe A BOLA, realizar-se no dia 18 de novembro (próxima terça-feira), na Cidade do Futebol. «O FC Porto solicitou uma reunião ao presidente do Conselho de Arbitragem para a próxima paragem do campeonato, oportunidade em que reiterará a sua indignação com o rumo deste primeiro terço da prova e a sua disponibilidade para procurar formas de reforçar e proteger a qualidade e a independência da arbitragem em Portugal», escreveram os azuis e brancos em comunicado lançado a 4 de novembro, na sequência da alegada tentativa de pressão denunciada por Fábio Veríssimo após o jogo entre dragões e SC Braga, que ficou conhecido como 'caso da televisão'.

Junto de Luciano Gonçalves, líder do CA, os portistas pretendem abordar casos recentes de arbitragem no campeonato e expor preocupações relacionadas com aquilo que consideram ser dualidade de critérios, mas também tocar no clima atual do futebol nacional.