Exibição de Eze ofusca magia de Richarlison: Arsenal goleia Tottenham
Reação era palavra de ordem para ambas as equipas, que entravam para este jogo após empate a dois golos na última jornada — o Arsenal frente ao Sunderland, o Tottenham contra o Manchester United. E se uma equipa soube fazê-lo, a outra... não conseguiu. Os gunners receberam e venceram os spurs por 4-1 no dérbi do norte de Londres da jornada 12 da Premier League.
Sem Gabriel e Gyokeres, ambos lesionados, o Arsenal apresentou-se com Hincapié na linha mais recuada e, na frente, Mikel Merino. O espanhol foi decisivo no momento de abrir o marcador, mas isso só aconteceu aos 36'. 3 minutos bastaram para que Eze, o verdadeiro homem do jogo, isolasse Rice, que rematou à figura de Vicario. O Tottenham, que atacou esta partida em 3x4x3 e com João Palhinha a partilhar o meio-campo com Bentancur, foi conseguindo parar as tentativas de explorar a profundidade do adversário, mas as incursões interiores dos gunners foram sempre um problema e, mais que isso, foi gritante a falta de criatividade: o primeiro remate dos spurs no encontro surgiu apenas aos 55 minutos.
A muralha do Tottenham aguentou até ao minuto 36, quando Merino, posicionado a ponta de lança mas médio de origem, baixou para o meio-campo e, entre linhas, teve espaço para receber, virar-se para o jogo e, com um passe sensacional, isolar Trossard. O remate do belga na área sofreu um desvio em Van de Ven e passou por Vicario. Cinco minutos depois, foi a vez de Eze abrir o livro pela primeira vez, com remate em espaço curto após passe de Rice, que levava os gunners para o descanso com dois golos de vantagem.
Havia demorado a chegar o golo anfitrião, que muito o justificava perante o controlo que demonstrou no primeiro tempo. Essa falta de capacidade de criar perigo foi visível para todos e também para Thomas Frank, que, logo ao intervalo, colocou o criativo Xavi Simons e tirou Danso. Desfez os três centrais, colocou a equipa em 4x2x3x1 e apontou a recuperar da desvantagem.
Não demorou a haver golo depois da substituição. Só que foi... do Arsenal. Os líderes da Premier League voltaram a todo o gás, apanharam, como várias vezes até então e também depois, espaço livre à entrada da área e Eze fez, 35 segundos após o pontapé de saída, o 3-0 para o Arsenal, segundo da conta pessoal.
Aos 55 minutos, os homens da casa tinham três golos marcados. Os visitantes tinham zero... remates. Nada parecia abalar o regresso às vitórias dos gunners, que nem permitiam aproximações à baliza. Isso não foi impeditivo de Richarlison fazer magia, com um golo do meio-campo que reduziu a desvantagem para dois golos e que será, certamente, candidato a um dos golos do ano.
Um golaço que não fez tremer o Arsenal, que, além da capacidade própria para continuar a controlar a partida, soube aproveitar a incapacidade do Tottenham. Para os spurs adequava-se a metáfora da manta: quando tentava esticar mais um pouco no ataque, 'destapava' a zona defensiva, que se sujeitou — e muito — às transições adversárias. O xeque-mate veio de um lance assim: defesa descompensada, Trossard recebeu de Merino, serviu Eze e o inglês fez o hat trick. 4-1 foi o resultado final, numa demonstração de força do líder da Premier League, que rubricou, frente ao rival, uma das melhores exibições de 2025/26.
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