Ex-FC Porto revela: «Lautaro foi o mais difícil. Com Gyokeres foi repartido...»
—Quais as principais diferenças da Serie A para o campeonato português?
—É um campeonato extremamente físico e tático. Todos os jogos têm uma dificuldade muito elevada e exigem máxima concentração e preparação, uma condição de física de alto nível. Era algo que já esperava, mas estar aqui e sentir isso é um pouco diferente. Também faz parte da adaptação e da experiência que vou acumulando no dia a dia e com o passar dos jogos.
—O Cagliari convenceu-o logo ou houve outras hipóteses?
—Fomos tendo algumas abordagens ao longo do mercado. Inicialmente, o FC Porto não tinha interesse em negociar. Já perto do final, quando se abriu essa possibilidade, havia o Cagliari e mais uma coisa ou outra, mas eu já tinha o desejo de jogar a Serie A. Era algo que queria concretizar. Quando surgiu o Cagliari, não olhei para mais nada. Nem para a direita, nem para a esquerda, nem para trás. Fomos em frente e fiquei verdadeiramente realizado, porque jogar em Itália era quase um desejo de carreira. Estou muito agradecido pela oportunidade que o clube me deu.
—Soma sete jogos e 442 minutos no Cagliari. É o cenário que esperava nesta fase?
—A expectativa é sempre muito elevada, porque qualquer jogador quer jogar todos os minutos possíveis. Mas sei plenamente que no Cagliari e na Serie A é exigida uma adaptação e um conhecimento do campeonato em si, de tudo o que podemos enfrentar e em que todos os detalhes contam. Todos os fins de semana são uma verdadeira luta. Há sempre grandes jogos para ver e para se jogar. Mas estou contente com a minha utilização até à data. Sinto-me bem no Cagliari. Vou repetir: fui bem recebido por toda a gente e tenho de agradecer ao clube por isso, desde o presidente ao diretor desportivo, passando pelo treinador, companheiros e staff com quem partilho cada dia.
—Eleger um fica mais difícil, porque o nível é alto... Talvez o Lautaro Martínez, do Inter. Pensando num grau de dificuldade em que tu percebes que realmente é de classe mundial e algo distinto do que já encontrei — e encontrei o Gyokeres, que não é coisa simples —, penso no Lautaro [Martínez]. É um tipo de jogador diferente, mais refinado, com um toque da bola completamente distinto. Também posso falar do Çalhanoglu e do Bastoni, que joga na minha posição e é alguém que admiro e que gosto muito de ver jogar.
—Lembrou aí os duelos com o Gyokeres. Quem saiu a ganhar?
—Foi repartido. Ficou uma luta equilibrada. [risos]
—E quem foi o colega que mais o surpreendeu no Cagliari?
—Temos um plantel com qualidade, que também se estende aos jovens e isso é de realçar. Somos, provavelmente, uma das equipas com menor média de idade na Serie A. Como é que posso escolher alguém sem que saibam? [risos] Depois vão ver e vão dizer que escolhi um e não escolhi outro… De forma geral, há qualidade e potencial. Dentro dos objetivos que temos para a época, há coisas que ainda podemos melhorar e potenciar. O caminho é longo. Esperamos conseguir melhorar e continuar a fazer um campeonato estável e, acima de tudo, seguro.
— Sente que já subiu de nível desde que chegou à Serie A?
—Todos os dias tento ser melhor e dedico-me para ser o melhor. Procuro sempre melhorar qualquer aspeto em que isso seja possível, ou aquilo que eu deteto ou alguém deteta e me transmite que posso melhorar. É um trabalho diário e longo, portanto é um pouco prematuro estar a dizer que já melhorei algo. É um processo que está no início. Vamos aos bocadinhos…