Scott McTominay marcou num pontapé de bicicleta o primeiro golo da Escócia na vitória sobre a Dinamarca — Foto: IMAGO
Scott McTominay marcou num pontapé de bicicleta o primeiro golo da Escócia na vitória sobre a Dinamarca — Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

«Escoceses devem agradecer a Mourinho»

Treinador e antigo selecionador revela como o ‘special one’ foi determinante para Scott McTominay ser hoje a estrela da Escócia, que se qualificou para o Mundial

O golo de pontapé de bicicleta de Scott McTominay, na vitória sobre a Dinamarca por 4-2, foi a cereja no topo do bolo da qualificação da Escócia para o Mundial, acabando jejum de 28 anos.

O médio de 28 anos consagrou-se no Nápoles como um dos melhores médios europeus, depois de ter sido aposta, muito novo, de José Mourinho no Manchester United.

O special one, aliás, foi o responsável, também, por Scott McTominay representar a Escócia e não Inglaterra, como reconheceu Alex McLeish, treinador e antigo selecionador da Escócia. «Olhando para trás, penso que todos nós, escoceses, devemos agradecer um pouco a José Mourinho», partilhou McLeish, em declarações ao jornal Daily Telegraph.

O treinador de 66 anos explicou como Mourinho foi importante, em fevereiro de 2018. «José tinha dado uma entrevista na qual fez saber que Inglaterra estava em perigo de perder Scott e que eu deveria entrar em contacto com ele na primeira oportunidade», prosseguiu o técnico.

McTominay nasceu em Lancaster, Inglaterra, mas poderia optar pela Escócia porque o pai é natural de Helensburgh. McLeish ouviu Mourinho.

«Organizei-me para visitar o centro de treino do United e estar com Mourinho e o Scott. Só havia um problema — The Best from the East [A Besta do Leste, designação de uma condição atmosférica no Reino Unido] estava forte e quase não consegui lá chegar. Cheguei a York às 3 da manhã e, naquele momento, pensei seriamente voltar atrás. Cheguei, finalmente, ao meu hotel em Manchester por volta das 4 da manhã com medo de nem ter quarto. Felizmente, arranjaram-me um. Telefonei de manhã ao José: ‘Vem cá às 12, almoçamos, falamos sobre o Scott e depois reúnem-se’. Não poderia ser mais acolhedor. Percebi que Scott estava sensível, mas pensei que precisasse de muito mais para convencê-lo. Estava claro, para ele, que queria representar Escócia. Acredito que tenha gostado da minha visita. E é justo dizer que foi uma das viagens mais produtivas que fiz», contou McLeish.