Dores de cabeça, carinho para Morita e muito dérbi: tudo o que disse Rui Borges

- Dificilmente podia pedir um jogo mais tranquilo com 3-0 aos 25 minutos. Como analisa a partida?

- Foi um jogo que me deixa muito satisfeito com a equipa, que teve muita dinâmica e qualidade, era importante para não deixar o adversário crescer. Jogámos muito rápido, o que é importante para as dinâmicas da equipa. Fizemos quatro golos e podíamos ter feito mais. E defensivamente anulámos bem as tentativas de transição do adversário porque estiveram sempre muito ligados no jogo.

- Sente que esta foi a melhor exibição desde que chegou ao Sporting e que esse é o melhor sinal para o jogo com o Benfica na próxima jornada?

- Foi uma boa exibição, consistente e com qualidade ao longo de 90 minutos, mas não consigo dizer que é a melhor porque temos feito um início de temporada fantástico. Olhamos para o próximo jogo como outro, mas assumimos que esperamos maior dificuldade. Vamos defrontar o nosso rival na casa deles, num ambiente difícil. O Benfica vem atrás e vai querer chegar-se à frente, mas seja qual for o resultado, não vai definir o campeoant o porque ainda falta uma volta inteira e mais uns jogos na primeira volta. Há ainda muitos jogos e no futebol tudo muda muito rápido.

- Há muitas mensagens dos adeptos a pedir o tricampeonato. Como recebe esse apoio?

-  Tenho de agradecer o apoio que têm dado e passado para a equipa e dizer que é importante. Neste jogo até senti que a energia foi um pouco diferente. Sentiu-se mais apoio e até me arrepiei em alguns momentos. É muito importante para nós sentir esse apoio, sobretudo os jogadores, para irem aos limites.

- Depois de uma exibição tão convincente, como sai deste jogo, tendo em conta que vem aí o Benfica?

- Olho de forma positiva e feliz. O mais difícil não é ligar os jogadores nos jogos contra os grandes, é nestes. E vimos que todos estão muito ligados. Jogou o Morita e o Edu e fizeram grandes exibições. Mais dores de cabeça para mim, mas é bom. Há um grande sentimento de carinho entre todos e isso deixa-me muito feliz. Todos se respeitam muito, que é o melhor para qualquer treinador. Estou supertranquilo, independentemente do que possa acontecer no jogo com o Benfica. Vejo-os felizes a jogar.

- Defrontar o Benfica com Mourinho como treinador provoca um respeito e receio extra?

- Para mim é um desafio. É a primeira vez que defronto o melhor treinador português. Um dos melhores do mundo, para mim continua a ser, por muito que digam o contrário. É um treinador que tem outra maturidade nos jogos grandes. Tenho muito respeito por ele, mas é o mesmo que tenho por todos, mesmo para os que têm menos experiência. Olhei para ele no início da minha carreira como referência, foi para mim como foi para todos porque mudou o paradigma do futebol.

- A equipa chega ao dérbi no melhor momento de forma?

- A equipa está confiante, mas também disseram que estávamos numa fase menos boa e eu sentia que era uma boa fase. O crescimento da equipa tem sido visível. Equipa está muito preparada. Não sei se é o melhor momento e confiança em excesso também pode ser mau.

- Pote a voltar, Quenda e Catamo a brilhar e Morita a ao melhor nível. Não podia pedir melhor para a fase exigente que se avizinha?

- Sim. São mais dores de cabeça porque estão todos num momento muito bom. Mesmo o Edu entrou e fez golo e um belíssimo jogo, mantendo-se sempre muito ligado. Até esse crescimento ele está a ter. O Morita igual. Disse no último jogo que está a crescer em termos de confiança o que é muito importante pelo que que dá em termos técnicos e táticos.

- Como viu o carinho que Morita receber após a assistência para o 4-0?

- Esse carinho mostra o que é este grupo e a união que tem. Hoje foi em relação ao Morita pelo que ele tem dado ao Sporting. O grupo percebe muito bem a importância que ele tem enquanto líder, porque é isso que ele é. É uma referência para todos. E o gesto foi só a demonstração pelo que ele fez de especial no momento do golo. Mas aquilo é algo natural que ele faz todos os dias nos treinos. E é bom ele receber esse carinho para não lhe deixar dúvidas no pensamento.

- Apostou em Quaresma no lugar de Diomande. Qual foi a razão?

- Foi por opção apenas. O Simões também tem feito grandes jogos e ficou no banco, mas também foi opção.

- Já poderá contar com Ioanidis para o próximo jogo, ou quando prevê o regresso? E Gonçalo Inácio queixou-se, como está ele?

- O Inácio está bem. Foi só um susto. Quanto ao Fotis [Ioanidis] Não sei dizer. Acredito que será muito difícil de acontecer já no próximo jogo.