O mágico, o ás dos 'flippers', o matador e os amigos (as notas dos jogadores do Sporting)

Ponto prévio: houve um jogo na primeira parte e outro na segunda. Curiosamente, um dos mais belos momentos ficou guardado para mais tarde. Trincão 'pintou a manta' em meia hora
O melhor em campo: Francisco Trincão (8)
Tem cola nos pés (não só no esquerdo). Muitas vezes parece que pode ter o lance perdido, mas lá sai um toque assim ou assado para resolver as coisas a seu contento e prosseguir as jogadas da equipa. Aos 7 minutos desenhou a régua e esquadro o livre para o 1-0 de Quaresma; aos 11 participou numa das duas jogadas mais bonitas da tarde ao tabelar duas vezes com Suárez para o primeiro do colombiano; dois minutos mais tarde fez tudo bem (e bonito), exceto o remate à baliza, que saiu ligeiramente ao lado; aos 24 sofreu a falta que deu origem ao 3-0. Se o jogo estava resolvido antes de meia hora, muito o devia a Trincão, que vive mais uma época de sonho. Continuou a espalhar magia pelo jogo fora e saiu aos 78 minutos para descansar um bocadinho, que também merece.

6 Rui Silva — Controlou o primeiro remate do Estrela aos 41 minutos, deixando sair para fora, e aos 43 defendeu um chuto inofensivo de Kikas. Até aí tinha um passe com os pés, um bloqueio a cruzamento e uma saída à líbero para resolver um lançamento longo do adversário. Na segunda parte tocou mais vezes na bola. Mas não muitas mais.

7 Fresneda — Está cada vez mais confiante a defender e a subir pelo flanco direito, mostrando vontade de assumir a titularidade de uma vez por todas. Um golo marcado é sempre um golo marcado, que lhe dará ainda mais moral nesta altura do campeonato.

7 Eduardo Quaresma — Há uns meses marcou, em Alvalade, em lance classificado por muitos (e provavelmente bem) como uma espécie de golo do título de 2024/2025. Nesta nova temporada não tem sido muito regular no onze, mas quando aparece fá-lo bem. O cabeceamento do 1-0 é brilhante e assertivo, tal como a forma como foi defendendo o pouco que o Estrela exigiu durante o resto da partida.

6 Gonçalo Inácio — Lá está: um jogo por natureza tranquilo, tamanha a passividade atacante do Estrela depois da entrada abrupta do Sporting. Mas as coisas não são apenas o que parecem, e se os amadorenses não deram grade réplica isso também se deve ao acerto do adversário, defesas — e por maioria de razão Inácio — incluídos.

6 Maxi Araújo — Viu um cartão amarelo meio desnecessário antes da meia hora, e por isso acabou rendido ao intervalo, já que vem aí visita à Luz. Jogou como é habitual, seguro a defender e a procurar espaços mais interiores porque tinha Quenda para percorrer o flanco e não estava Pote para ocupar a meia esquerda.

6 Hjulmand — Foi quase uma noite de folga para o capitão, que se limitou a estar no sítio certo, como é seu apanágio. Só aos 64 minutos teve de ser mesmo Hjulmand, num corte arriscado e brilhante já dentro da área leonina. Saiu mais cedo para descansar, como Trincão.

8 Morita — A assistência para o 4-0 é digna de um ás dos flippers... jogados com os pés! Que dois toques sublimes. Teve outros ótimos momentos ofensivos, construindo muitas vezes como terceiro central pela esquerda, e até defensivos, embora saibamos que a exigência não foi grande.

6 Geny Catamo — Exibição competente, com pináculo no cruzamento, de livre, para o 3-0 de Fresneda. Voltou a descer variadas vezes quase para lateral direito, fazendo Fresneda variar para o meio e soltando os diabos Maxi e Quenda do lado esquerdo.

7 Geovany Quenda — Ao minuto 90 ainda andava a recuperar bolas no meio-campo e a relançar mais uma vez o Sporting para junto da área do Estrela. Começou na esquerda e terminou na direita. Num lado e no outro, disponibilidade total para o jogo e muita vontade de marcar, mas desta vez não era dia.

8 Luis Suárez — Claro que poderia ter sido considerado o melhor em campo. Marcou dois golos em jogadas muito bonitas e esteve perto de marcar mais, numa das vezes, já perto do final, porque ele próprio roubou a bola a um tricolor. Dá tudo lá na frente. É um matador que sabe construir e esperar pelos colegas, solução muito feliz para o ataque leonino no pós-Gyokeres.

6 Matheus Reis — A sobriedade do costume a defender e a qualidade técnica extra a proporcionar mais alguns bons momentos do ataque do Sporting, embora no ritmo médio-baixo da segunda parte.

6 Pedro Gonçalves — Uma boa notícia para os sportinguistas: está recuperado, mexe-se como sempre e parece motivado. Uma boa meia hora.

6 Vagiannidis — Assim que entrou quase marcava. Integrou-se bem no jogo coletivo na meia hora final, quando tudo já andava mais devagar.

Alisson — É um jogador de riscos. Hoje chegou (de novo) a arriscar perto da própria área, o que noutras ocasiões pode revelar-se bastante perigoso. Tem muita vontade e uma atração notável pela área contrária.

Kochorashvili — Entrou para ajudar a equipa a passar os minutos finais com os movimentos bem adaptados aos ponteiros do relógio.