Doku mágico na vitória convincente do Manchester City frente ao Liverpool
O jogo 1000 da carreira foi um sonho para Pep Guardiola e Conor Bradley terá, certamente, pesadelos com Jérémy Doku durante muito tempo. Com Bernardo Silva, Matheus Nunes e Rúben Dias no onze inicial, o Manchester City venceu o Liverpool por 3-0, em duelo da jornada 11 da Premier League.
Não demorou muito tempo até Doku fazer a primeira incursão pelo lado esquerdo. Um vislumbre do que viria a suceder durante toda a partida. O belga foi o grande protagonista da partida e foi, durante os 74 minutos que esteve em campo, uma autêntica dor de cabeça para Conor Bradley, que teve sempre muitas dificuldades em pará-lo. De uma dessas iniciativas surgiu o primeiro lance capital do jogo: o extremo foi derrubado por Mamardashvili após desentendimento entre Konaté e Bradley. O árbitro Chris Kavanagh reviu as imagens, assinalou grande penalidade e Haaland, da marca dos 11 metros... permitiu a defesa ao guardião adversário.
Foi um momento de redenção para o guarda-redes, mas o golo parecia ser uma questão de tempo. Quer pelas combinações pela direita, quer pela insistência de Doku pela esquerda, a bola chegava à área do Liverpool com frequência. Foi, por isso, sem surpresa que, aos 29', foram os citizens a inaugurar o marcador. E quem mais podia ser do que o goleador-mor desta equipa de Pep Guardiola? O 21.º golo dos skyblues na Premier League saiu da cabeça de Haaland, que, em resposta a cruzamento de Matheus Nunes, não se deixou afetar pelo penálti falhado e fez o 14.º golo da conta pessoal na competição.
O Liverpool respondeu e, poucos minutos depois, Van Dijk empatou, mas, como Robertson estava na trajetória da bola no momento do cabeceamento, foi assinalado fora de jogo. Uma decisão que causou alguma dúvida, uma vez que o escocês baixou-se, não desviou o esférico e não tapou a visibilidade a Donnarumma, que mergulhou mas nada conseguiu fazer.
A pressão do Manchester City continuou e, em cima do intervalo, o azar de Van Dijk voltou a entrar em campo: aos 45'+3, o neerlandês desviou de forma fatal o remate de Nico González, traindo assim o movimento de Mamardashvili.
Depois do descanso, o Liverpool apareceu em campo com maior vontade e qualidade na procura do golo. Salah esteve perto de se antecipar a Donnarumma logo aos 51' e Gakpo, perto da hora de jogo, atirou por cima. A equipa visitante projetava-se para reduzir a desvantagem, mas, ainda assim, com pouco sucesso — sobretudo por mérito para a defesa do Manchester City, que soube controlar a profundidade, e para O'Reilly, que, uma e outra vez, impediu o astro egípcio de criar perigo.
Os números ofensivos serão, certamente, razão de preocupação para Arne Slot. Ao longo de 90 minutos, a equipa do Liverpool fez um remate enquadrado apenas, um valor indicativo de um futebol pouco acutilante praticado pelo campeão inglês em título. O Manchester City, por seu turno, aproveitou essa vontade de atacar dos visitantes para tentar, na transição, chegar a mais um golo. Para coroar uma já extraordinária exibição, Doku decidiu fechar... com um golaço. Cortou para o meio, tirou Konaté do caminho e, com um disparo em arco, fez, ao minuto 63, o 3-0 final.
Esta vitória permite ao Manchester City isolar-se no segundo lugar da Premier League, com 22 pontos, e aproximar-se do Arsenal, que, após empatar com o Sunderland (2-2), terminou a jornada 11 com mais quatro que os citizens. O Liverpool soma 18 pontos, os mesmos que Tottenham, Aston Villa, Manchester United e Bournemouth.