Diretor do Ajax faz soar o alarme antes do duelo com o Benfica: «Dói-me ver o clube neste estado»
A sensivelmente uma semana do duelo com o Benfica na UEFA Champions League, e perante a crescente instabilidade desportiva e administrativa do Ajax, o diretor-geral do clube, Menno Geelen, decidiu manifestar-se publicamente, expressando-se de forma invulgarmente dura sobre os problemas internos e o que tem de mudar para que o clube regresse ao rumo certo.
Em entrevista à Voetbal International, Geelen não esconde que a crise o afeta: «No Ajax, existem expectativas que não conseguimos cumprir», admitiu. «Não me sinto apenas responsável, eu sou responsável. Dói-me ver o clube neste estado». Para o diretor, tanto os maus resultados desportivos como a instabilidade diretiva são «simplesmente indignos do Ajax».
O que talvez mais o incomode é o comportamento entre as pessoas ligadas ao clube. Nas últimas semanas, várias figuras do Ajax trocaram acusações públicas na comunicação social, algo que Geelen considera destrutivo. «Isso nunca é bom. Incomoda-me e tem de mudar, tanto dentro como à volta do Ajax», afirmou, sublinhando a importância de o clube se apresentar unido: «Temos de nos manter unidos. Isso gera tranquilidade, e é disso que o nosso clube precisa agora.»
Entretanto, a estrutura desportiva está novamente desmantelada: o diretor técnico saiu, o treinador foi demitido e o plantel parece desequilibrado. Ainda assim, Geelen mantém o princípio de que as decisões mais importantes devem ser tomadas por quem entende de futebol. «Pessoas com conhecimento de futebol devem tomar decisões de futebol», enfatizou.
Ao mesmo tempo, reconhece que esta abordagem falhou recentemente: «Tivemos demasiados treinadores em pouco tempo. Isso não é próprio do Ajax.» A busca por um novo diretor técnico e um novo treinador decorre em paralelo, com Geelen a definir a ordem: primeiro o diretor técnico, depois o treinador. O rigor, e não a velocidade, é a prioridade. «O rigor é mais importante do que a velocidade, especialmente agora», declarou, garantindo que o clube procura finalmente construir uma base estável a longo prazo.
Além da crise desportiva, a estrutura administrativa também está sob pressão. Geelen reconhece que o Ajax se tornou uma empresa grande e complexa, com demasiados níveis de gestão. No entanto, não usa isso como desculpa, lembrando que: «Somos um clube de futebol que também é uma empresa. A base é e será sempre o futebol».
O diretor pretende regressar à simplicidade e à clareza, com menos ruído e mais foco no campo. Apesar de tudo, Geelen mantém-se otimista, defendendo que o Ajax tem potencial para recuperar, mas só quando a tranquilidade regressar é que o caminho de volta ao topo poderá ser reencontrado.
O Ajax e o Benfica, ambos sem qualquer ponto somado na Liga dos Campeões, defrontam-se em Amsterdão na próxima jornada da competição, a 25 de Novembro.