Duelo entre cónegos e canarinhos subiu de qualidade na etapa complementar (Foto: Fernando Veludo/LUSA)
Duelo entre cónegos e canarinhos subiu de qualidade na etapa complementar (Foto: Fernando Veludo/LUSA)

Descontração até promoveu 'gentil' troca de presentes (crónica)

Erro de Joel Robles foi 'devolvido' por Marcelo e Caio Secco. Espetáculo melhorou na segunda parte

O final de época aproxima-se, as duas equipas já têm os seus objetivos alcançados e, como tal, jogam apenas pela honra. Mas isso não quer dizer que promovam… uma troca de presentes. Mas aconteceu. O Estoril abriu o embrulho, o Moreirense tirou o laço.

Numa primeira parte com descontração a mais, os cónegos controlaram, é certo, mas nunca tiveram arte para fazer o devido cerco à baliza contrária.

Ora, perante tal inércia no último terço, foram os canarinhos que decidiram… estender a passadeira: atraso de Pedro Álvaro e escorregadela fatal de Joel Robles – o guarda-redes ficou com o pé preso na relva quando, ainda sem pressão, se preparava para bater a bola para o meio-campo contrário – aproveitada de forma simples por Benny, que depois do mérito que teve em acreditar na falha do espanhol só teve mesmo de encostar para o primeiro da tarde no Minho.

Guilherme Schettine tentou aumentar a contenda pouco depois, mas, neste caso, Robles amarrou com segurança. O mesmo aconteceu com Caio Secco, que, bem posicionado, susteve um remate frontal de João Carvalho – no único sinal de vida dado pelos forasteiros na primeira parte.

Se tentou, ele mesmo, dar um ar da graça do Estoril nesse período, João Carvalho quis oferecer o protagonismo a Rafik Guitane logo após o reatamento: passe de morte do criativo português com o franco-argelino a desperdiçar na cara do brasileiro dos minhotos.

A lógica fazia crer que o Estoril poderia festejar, mas foi o Moreirense quem voltou a ser letal. Marcelo teve cabeça para corresponder ao pontapé de canto cobrado por Alanzinho e parecia ter arrumado a questão (55’). Mas ainda havia muito para contar e… mais presentes para desembrulhar.

À entrada para o último quarto de hora, Felix Bacher também usou a testa para dar a melhor sequência a um livre de Jordan Holsgrove – o defesa-central austríaco, já com pouco ângulo, quis mesmo cabecear para a baliza ou a ideia seria assistir para o coração da área?... – e os comandados de Ian Cathro passaram a acreditar na conta de somar.

A adição (de pontos) chegou mesmo, com Marcelo e Caio Secco a retribuírem a generosidade de Joel Robles: desentendimento entre os dois brasileiros e Alejandro Marqués só teve de empurrar para o 2-2.

Os negócios costumam ser à parte, mas, desta feita, foram mesmo amigos, amigos...

O melhor em campo: Alanzinho (6)
O criativo brasileiro voltou a dar corda aos sapatos e a orientar quase todos os processos ofensivos dos cónegos. Além da imaginação e consequente qualidade de passe para colocar o coletivo em processo ofensivo, voltou a deixar a sua pincelada nas bolas paradas, nomeadamente no pontapé de canto que seguiu milimetricamente para a cabeça de Marcelo, que fez, na altura, o 2-0.

As notas dos jogadores do Moreirense:

A figura: João Carvalho (6)
Não marcou, não assistiu, mas perfumou. E só não ficou na lista de marcadores por Caio Secco não deixou (35’). E só não ficou na galeria dos assistentes porque Rafik Guitane perdoou (48’). Mestre a jogar entre linhas, com e sem bola, procurou sempre o espaço na ilha entre o meio-campo e o último reduto defensivo dos minhotos para poder explorar a liberdade de que tanto gosta.

As notas dos jogadores do Estoril:

As reações dos treinadores:

Cristiano Bacci (Moreirense)

Foi um jogo um pouco estranho. Tivemos o controlo total, à exceção dos dois lances que ditaram o empate. Duelo típico de final de temporada, mas acho que fomos melhores. Claro que queríamos ganhar, até por ser o último jogo da época diante dos nossos adeptos, mas a atitude dos meus jogadores foi impecável. Aceito o resultado.

Ian Cathro (Estoril)

Demonstrámos a nossa intenção em ter controlo do jogo e conseguimo-lo na primeira parte, ainda que sem as melhores dinâmicas no último terço. Mas depois fomos atrás do resultado, tivemos essa capacidade. Imagine o cenário em que o jogo não parasse tanto?  Não só nesta partida, como também noutras. Havia mais futebol, mais qualidade e talvez viessem mais pessoas assistir.

Sugestão de vídeo:

Notícia atualizada às 21h10