Papu Gómez foi campeão do mundo pela Argentina no Qatar
Papu Gómez foi campeão do mundo pela Argentina no Qatar - Foto: IMAGO

«Depois da suspensão, algumas pessoas desapareceram... e eu pedi ajuda»

Papu Gómez recorda período em que esteve afastado dos relvados devido à suspensão

Papu Gómez regressou aos relvados em novembro, mais de dois anos depois do seu último jogo oficial. O campeão do Mundo pela Argentina, em 2022, que cumpriu suspensão por doping, estreou-se pelo Padova, clube da Serie B italiana, na derrota com o Veneza.  

«Ainda me custa a acreditar. Estou feliz. Fisicamente, senti-me bem. Fiz a estreia com o Veneza, mas não gostei do jogo. Estava a voltar de lesão e tinha medo de me lesionar novamente. As pessoas pensavam que nunca mais iria conseguir jogar. A minha visão é clara e é o que tenho dito desde o primeiro dia. Quero ajudar o Padova e levá-lo o mais longe possível. Honestamente, não estou satisfeito apenas por permanecer na Serie B. Temos o que é preciso para fazer uma época tranquila. Mas se conseguirmos almejar algo mais, melhor ainda. Todos me dizem que a Serie B é uma liga muito equilibrada», referiu, em entrevista à Gazzetta dello Sport, lembrando o período mais difícil que atravessou, quando treinou-se sozinho. 

«Algumas pessoas desapareceram. Outras, que eu não esperava, continuaram muito próximas de mim. Às vezes, as coisas más que acontecem connosco ajudam-nos a entender quem realmente quer estar perto de nós e quem não quer. Entendi muitas coisas. Quando o telemóvel parou de tocar, percebi que havia algo mais. No Instagram e nas ruas, as pessoas mostraram um carinho incrível depois do meu afastamento. Mas não estou tão ativo nas redes sociais, esse Mundo meio falso cansou-me», apontou. 

«Depois da suspensão, pedi ajuda. Tinha entrado num ciclo do qual não conseguia sair. Tenho de agradecer à minha esposa. Ajudou-me muito. Tive de encontrar forças para continuar. Eu era o meu próprio preparador físico, treinador e mental coach», confessou, não pensando ainda no fim de carreira. 

«Sou um espírito livre, tenho dificuldade em adaptar-me à rotina, para mim é como estar na prisão. Agora estou focado em recuperar o tempo perdido. Depois veremos. Se tudo correr bem, gostaria de jogar mais três ou quatro anos», completou.