Luuk de Jong foi apresentado no Dragão para espanto de todos (Foto: Catarina Morais/Kapta+)
Luuk de Jong (Foto: Catarina Morais/Kapta +)

De Jong revela conversa com Farioli: «Fizeste-me chorar...»

Avançado neerlandês foi o reforço surpresa apresentado no Estádio do Dragão e falou do primeiro contacto com o italiano, que perdeu o título ao serviço do Ajax para o PSV. Ponta de lança diz que recebeu ofertas dos Estados Unidos e aborda semana difícil para o plantel, após a morte de Jorge Costa

A apresentação de Luuk de Jong no Estádio do Dragão como reforço do FC Porto, no passado fim de semana, surpreendeu o mundo do futebol. Menos de uma semana depois, o experiente ponta de lança, de 34 anos, concedeu uma extensa entrevista ao jornal neerlandês AD, publicada este sábado, na qual abordou vários temas, entre os quais a mudança para Portugal, a trágica morte de Jorge Costa pouco depois de ter chegado à Invicta, a conversa com Francesco Farioli e o potencial de Samu.

Apresentação no Dragão e funeral de Jorge Costa

«Naquele momento, o estádio estava repleto de alegria, mas três dias depois, no mesmo local, estávamos diante do caixão em que ele [Jorge Costa] repousava. Passámos por lá na quarta-feira para prestar a nossa última homenagem e também estivemos no funeral [quinta-feira] na igreja como equipa. Foi muito intenso e triste. Ele era um ícone do clube, tinha apenas 53 anos e sentiu-se mal durante o seu trabalho, no nosso Centro de Treinos. Era para começarmos a competição hoje [sábado] em casa contra o Vitória de Guimarães, mas o jogo foi adiado para segunda-feira à noite.»

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O que espera da mudança para o FC Porto

«Mais uma grande aventura, se tiver de resumir numa frase. Um regresso, espero, à vida que tanto apreciei quando joguei no Barcelona e no Sevilha. Fui para o Sevilha aos 29 anos, enquanto na época anterior pensei que o meu futuro iria passar pelo Bordéus, que ainda jogava na primeira divisão francesa. Já estava tudo decidido, mas literalmente no último minuto desistiram. O facto de mais tarde se ter tornado Sevilha acabou por ser um bilhete de lotaria. Apaixonei-me pela cidade, pelo ambiente, pelo clima, por todo o ritmo de vida da cultura do sul da Europa. Ganhámos a UEFA Europa League e, com a experiência futebolística que já tinha, não pensei que fosse tão bonito. Aos jogadores que estão interessados no Sevilla ou no Bétis, eu digo: têm de ir, não hesitem, façam isso imediatamente! As pessoas dizem-me que o Porto também é uma cidade linda. Estou muito curioso.»

De Jong no Olival (Foto: FC Porto)

Chegada como jogador livre e outras propostas

«Não me senti inseguro ao rescindir o meu contrato com o PSV. Estava convencido de que algo bom iria acontecer. Eu tinha informado o PSV com bastante antecedência sobre a minha decisão. Queria experimentar ser transferido como jogador livre durante o verão, pela primeira vez na minha carreira. O mercado começou bastante tarde neste verão, por causa do Mundial de Clubes. Eu também tinha requisitos e uma regra clara para mim mesmo: toda a história bonita que tenho no PSV, só troco se surgir uma boa combinação entre futebol e vida familiar noutro lugar. Por exemplo, eu não quis ir para os Estados Unidos. Havia clubes da MLS interessados, mas recusei. Há alguns anos, pensei em jogar no México. Parecia uma grande aventura, mas naquela época ainda não tinha filhos. Agora, com dois meninos de 3 e 4 anos, não quero estar do outro lado do mundo com a minha família e o resto da família aqui. Oito, nove horas de viagem para nos vermos é demasiado. Não vejo isso como uma boa combinação.»

Farioli vê de Jong como Weghorst no Ajax?

«Ele [Farioli] não fez essa comparação nas primeiras conversas. Como tipo de avançado, temos semelhanças, claro. Farioli ligou-me na última semana de julho para sondar-me em nome do FC Porto. Fiquei surpreendido. Ele disse: “Tal como no Ajax, tenho aqui uma seleção jovem, quase não há pessoas na casa dos trinta. Tal como no Ajax, preciso de líderes”. Além de mim, eles contrataram Jan Bednarek, que tem experiência na defesa. Tem 29 anos, jogou em provas internacionais pela Polónia e foi capitão do Southampton na Premier League.»

Equipa como uma família

«Farioli vê uma equipa como uma família. Acredita que, como treinador, também deve tentar criar um ambiente fora do futebol. Às vezes, organizando um passeio com o grupo ou coisas do género. Isso agrada-me. Ele também disse 'Na época passada, fizeste-me chorar ao sagrar-te campeão com o PSV, espero que possamos ser felizes juntos nesta época'.»

Potencial de Samu

«Ele marcou 19 golos na liga e seis na UEFA Europa League na última temporada. É um avançado com muito potencial. Há também outros dois jovens avançados que estão a bater à porta.»

Pronto para ser suplente?

«Sim, sabemos como Farioli trabalha. Todos viram isso no ano passado no Ajax: como avançado, jogas bastante tempo com ele, mas não jogas sempre. E, nesta fase da minha carreira, isso não é mau. Em vez de acelerar sempre durante 90 minutos, também é possível acelerar durante 60 minutos. Ou acelerar a fundo durante 30 minutos quando se entra como suplente.»

Jogar de azul e branco

«Vou voltar a jogar com as cores com que tudo começou, no De Vijverberg.»

Competir ao mais alto nível

«Quero continuar no topo por mais algum tempo. Estou em forma, com vontade, ainda vivo para a pressão e as expectativas. A última vez que o FC Porto foi campeão foi em 2022. Com o Sporting e o Benfica, há dois adversários difíceis.»

Marcar na estreia oficial

«Isso seria uma boa entrada. Os primeiros testes físicos desta semana foram bons. Treinei muito, mesmo sozinho. É claro que sinto falta do ritmo dos jogos. Também resta saber com que rapidez os jogadores vão encontrar-me aqui com cruzamentos, mas acho que em breve sim.»

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