Porco juntou-se ao periquito e é o seu nome que é gritado nas bancadas do verdão

De feio e mau... a mascote: a história do porco no Palmeiras

Origem trágica foi superada com jogada de 'marketing', que promoveu um insulto a grito de incentivo

Durante o Mundial de Clubes o jornal A BOLA conta-lhe, diariamente, uma curiosidade relacionada com um dos clubes participantes na primeira edição desta nova versão da prova. 

O Palmeiras, fundado por iniciativa de membros da comunidade italiana, em 1914, e que se viu obrigado a mudar o nome original Palestra Itália na altura da II Guerra Mundial para não haver associações a países do Eixo, é um clube com quase 111 anos de histórias para contar. No entanto, uma das curiosidades reside no porco, mascote que se juntou ao periquito.

Para perceber as conotações do animal ao verdão é preciso recuar a 1969. A 28 de abril, Lidu, 22 anos, e Eduardo, 25, ambos jogadores do Corinthians, perderam a vida, e cinco dias depois o timão pediu autorização para inscrever (fora do prazo) dois atletas no Campeonato Paulista, para colmatar as perdas, pedido vetado exclusivamente pelo Palmeiras. Gesto criticado, com o então líder alvinegro, Wadih Helu, nos bastidores, a referir-se à atitude do adversário como sendo «espírito de porco».

O Palmeiras rejeitou o rótulo, justificando o veto com ausência de anuência de CBF e FIFA, no entanto a alcunha foi adotada pelos rivais — entoada nos estádios, incluindo no Morumbi, onde a 11 de maio um adepto do Corinthians soltou um porco no relvado —, e só mais tarde, numa jogada de marketing, perdeu carga dramática ao ser acolhida pelo clube.

João Roberto Gobbato, antigo diretor de marketing do clube, foi um dos rostos da mudança, impulsionado pela socióloga Sílvia Calegari, que acreditava que assumir o nome era o antídoto para o problema. Com o apoio da torcida, o insulto dos rivais tornou-se algo positivo, virou grito de incentivo.

Edição de 10 de novembro de 1986 da revista Placar

Em 1986, o 'Dá-lhe porco' passou a ser entoado nos Estádios, um porco foi exibido no Morumbi no final desse ano, com a revista Placar a ajudar a eternizar o nome, exibindo na manchete o jogador Jorginho com um porco. O lema «se não os podes vencer junta-te a eles» resultou e a fraqueza tornou-se força...

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