Carlos Vicens: «Pode haver fadiga, mas a mentalidade certa pode ajudar o corpo»
O SC Braga desloca-se, esta sexta-feira (20.15 horas), ao reduto do Estoril e, apesar de a equipa estar num bom momento de forma, Carlos Vicens deixou o alerta, pois acredita no valor do adversário.
«É óbvio que estamos num dos melhores momentos da temporada, porque a equipa está numa fase boa, com um nível de assimilação das ideias, desde que chegamos, alto. Já há algum tempo que a equipa sabe o que fazer e como jogar. Vamos defrontar um rival que não atravessa o seu melhor momento, em termos de resultados, mas que nos vai colocar dificuldades. Vem-me sempre à cabeça o que fizeram ao FC Porto, fora de casa, também marcam muitos golos e são das mais rematadoras da Liga. Uma equipa que gosta de dominar e que tem versatilidade, o que dificulta prever como vai ser o jogo. Nós temos de fazer um jogo muito bom, caso contrário vai ser muito difícil conseguir a vitória», analisou e insistiu nos elogios aos canarinhos.
«É uma equipa que entra para ganhar, não especula, sabe fazer as coisas e a sua proposta de jogo é muito valente. Os golos sofridos aconteceram em partidas concretas e temos de olhar de forma mais global. Quando os observas, vês que são uma equipa que consegue fazer coisas diferentes e diversas dentro do mesmo jogo. Vai requerer ajustes com o decorrer dos minutos e uma mentalidade de entreajuda grande para competirmos a um nível elevado.»
O treinador espanhol, de 42 anos, tem sublinhado a evolução da sua equipa, sem olhar tanto para a classificação e ao ser questionado sobre alguma falta de regularidade exibicional, tendo em conta o último encontro com o Santa Clara, respondeu com o hábito criado.
«Não vi muitos jogos de equipas que não permitiram ao seu rival sair da sua área, durante 20 minutos, como fizemos com o Santa Clara. Estamos a evoluir de tal maneira que depois de 29 jogos, com ideias novas e diferentes, nos últimos dois meses todos puderam ver como podemos jogar e isso faz com que cheguemos a estas alturas e num jogo em que não concedemos oportunidades, em que tivemos muita posse de bola, possa ficar a ideia de que devíamos ter feito mais. É certo que devíamos ter tido mais ocasiões, mas algo estamos a fazer bem, para que nos perguntem se não temos regularidade, porque quer dizer que já estão habituados a outra coisa. A equipa está a fazer as coisas muito bem, caso contrário não havia essa expectativa. Temos uma identidade clara, competimos bem, todos os jogadores se esforçam e, por isso, as pessoas esperam sempre uma exibição boa. Vamos continuar a trabalhar para que o rendimento seja bom a nível individual e coletivo», explicou o técnico que não quer desculpas devido à elevada densidade competitiva.
«Desde que iniciámos as partidas oficiais foi sempre um calendário denso. A equipa teve de se acostumar e nunca serviu de desculpa para nada. Sabemos que vamos jogar de dois ou de três dias em três dias e temos de estar preparados. Isto é futebol de elite, se queremos jogar competições europeias temos de aceitar. Pode haver fadiga acumulada, mas o mais importante está na mentalidade, porque se tens a certa, pode ajudar o corpo. Os jogadores estão a render a um nível alto. Também ver a equipa crescer, com melhores resultados, dá uma energia maior, as vitórias ajudam sempre, porque dão confiança. Nunca podemos usar o calendário como desculpa. Preparamo-nos com o que temos.»