Buffon elogia Noruega: «Não é como há 30 anos, quando eram gigantes imóveis e desajeitados»
Itália terminou o grupo I da qualificação europeia para o Mundial 2026 no segundo lugar, atrás da Noruega, que venceu os oito jogos, e terá de passar pelo play-off se quiser marcar presença na competição.
Os azzurri vão defrontar a Irlanda do Norte e, caso sigam em frente, seguir-se-á o vencedor do duelo entre País de Gales e Bósnia e Herzegovina. Itália quer evitar ficar de fora pelo terceiro Mundial consecutivo.
Buffon, antigo capitão da seleção italiana e atual chefe de delegação e coordenador técnico dos azzurri, explicou o problema.
«O problema é viver em dois mundos que não se encontram. Por um lado, em virtude da nossa história, somos presunçosos. Achamos que tudo nos é devido pela graça divina. Por outro lado, fazemos grandes análises sobre evolução do futebol, do facto de que as equipas pequenas já não existem e todos concordamos com isso. Mas quando essas seleções pequenas nos colocam em apuros, ou quando ganhámos por apenas 1-0, ouvimos: 'Não se pode ganhar assim, que vergonha...' E da arrogância descemos ao medo», referiu o ex-jogador, que venceu o Mundial por Itália em 2006, em entrevista à Gazzetta dello Sport.
«Gattuso treina há 12 anos. É um grande profissional. Não gosto e não entendo esse preconceito contra ele. Discutimos soluções e ideias antes e depois dos jogos, durante a semana. Mas ele decide tudo. É o treinador certo, é a melhor pessoa que poderíamos ter escolhido e sabem disso», referiu, recordando a derrota (1-4) com a Noruega no fecho da fase de grupos da qualificação.
«A Noruega é uma equipa de topo. Uma das três ou quatro mais fortes da Europa. A Noruega vai liderar o caminho no Mundial. Têm entusiasmo, porque sabem que podem fazer história. Têm dois ou três talentos excecionais e uma fisicalidade combinada com dinamismo. Não é como há 30 anos, quando eram gigantes imóveis e desajeitados. Ler a lista de convocados deles em San Siro assusta. Sete dos onze jogadores tinham médias entre 1,89 e 1,96 metros de altura», referiu, apontando para os quatro golos sofridos.
«Esse é o verdadeiro problema. Com eles a ganhar por 2-1, tens de manter a calma e estares concentrado no jogo, talvez até te contentares com o resultado, em vez de ficares frustrado. Entendo os jogadores, mas tens de te manter firme, concentrado, unido, e talvez uma confusão na área leve a um empate. No máximo, aceitar o 2-1. Perdes, mas não é o 4-1 que dói», afirmou, não querendo pensar num possível novo falhanço de Itália no play-off: «O foco agora é apenas o jogo [com a Irlanda do Norte].»
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