O que o treinador do Benfica disse antes da estreia no Mundial de Clubes
Bruno Lage, treinador do Benfica, lançou este domingo, em Miami, nos EUA, o encontro de estreia dos encarnados no Mundial de Clubes, frente ao Boca Juniors.
— Qual é a importância da presença no Mundial de Clubes e que perspetiva para este jogo?
— É a competição e o prestígio que poderemos trazer para o clube, é enorme prazer estar aqui e a nossa intenção é fazer grande jogo e vencer o primeiro jogo na prova.
— Álvaro Carreras está preparado para o Real Madrid?
— Primeiro tem de haver proposta e o Benfica chegar a acordo. Vejo qualquer jogador do Benfica, com um rendimento como o do Álvaro, a poder jogar em qualquer equipa do mundo. Não será o primeiro jogador a sair do Benfica e a impor-se num clube europeu.
— Bayern venceu 10-0, jogo com o Boca Juniors é decisivo?
— Sim, é importante, estamos numa competição curta, são 3 jogos, como um Mundial de seleções. É jogo importante, conhecemos o adversário, analisámos o Boca Juniors e estamos preparados para jogar e tentar vencer. Vai ser muito competitivo. Boca Juniors pode jogar em 4x4x2 losango ou tradicional, neste jogo pensamos que vai jogar no tradicional, é tentar perceber se jogam com dois homens na frente ou um atrás dos avançados. Ponto forte é jogar como equuipa, jogam juntos, compactos, é equipa aguerrida, grande equipa. Mas o Boca também sabe que vai jogar contra uma grande equipa, penso que vai ser um grande jogo.
— É uma competição importante. Como gere as sensibilidades dos jogadores, sabendo-se que um clube como o Real Madrid pode mexer com um jogador, no caso de Carreras?
— A nossa forma de encarar este troféu tem de ser muito semelhante àquilo que é o estado de espírito dos jogadores quando estão ao serviço das seleções. Isto não é o final da época nem o princípio, é preciso que estejam completamente concentrados no que podemos fazer. Equipa tem de jogar como equipa, como família, quando olham uns para outros, ver que correm como equipa, cada um a correr pelo colega. Podemos ter algumas situações que ainda estão em aberto por causa do mercado.
— Analisou o facto de o Boca ter grande apoio do público? E Di María irá jogar?
— Também temos esse lado positivo de ter adeptos em todo o lado, também acredito que vão estar imensos adeptos do Benfica a apoiar. Em relação à questão tática é o que já referi, a perspetiva de encontrar um Boca em 4x4x2, equipa sólida, compacta, muito aguerrida, com velocidade nas alas, dinâmicas interessantes entre os homens da frente. E há fator importante a levar em consideração, as condições climatéricas. Mas os jogadores têm oportunidade de mostrar ao mundo o seu futebool, de jogar ao mais alto nível, mesmo com calor e humidade.
— João Félix está em Miami, acredita poder convencê-lo?
— O João já tem falado sobre essa situação, todos os jogadores gostam de voltar ao Benfica. Temos de criar a oportunidade e eles mostrar que têm a vontade de vir para o Benfica. Juntar essas duas vontades. A questão financeira é muito importante. O João saiu há 5 anos por €120 milhões e agora tem de ter custo, seja empréstimo ou percentagem do passe. Do outro lado há o salário do jogador. Vontade há muita, mas também há o lado financeiro, é dos dois lados.
— Bayern goleou. Diferença de golos poderá ser importante?
— Sim, é competição curta, três jogos, três pontos deste jogo são muito importantes. Sabemos que vamos jogar contra grande equipa e o Boca sabe que também vai defrontar uma grande equipa. Temos jogadores argentinos que venceram o campeonato do Mundo e já nos passaram informações que foram preciosas. E, sim, Di María começa o jogo.
— O que seria satisfatório para o treinador do Benfica nesta competição? Que fase tem a equipa de atingir?
— Temos de ter preocupação de entrar com enorme ambição. Temos sentido o calor, é um fator de adaptação da equipa à competição, e vários pontos em que este mundial é diferente de um mundial de seleções. Muitos jogadores estiveram nas seleções, só estive com eles dois ou três dias, temos de perceber quem são aqueles que podem dar energia imediata e rendimento. A nossa abordagem ao jogo é sentir que temos de ser treinador e selecionador e encarar isto como um mundial de seleções. Temos ambição enorme de passar a fase de grupos e se passarmos esse primeiro objetivo e chegarmos aos jogos a eliminar, teremos de ser determinados e ter compromisso muito grande, fazer uma boa campanha. Vai ser jogo interessante e um teste, temos de ser competitivos e depois fazer a nossa caminhada.
— Acredita num domínio das equipas europeias sobre as equipas sul-americanas?
— É a pergunta que discutem há 20 ou 30 anos e não sei, hoje, responder a isso. Já tive experiências em diferentes continentes e as condições climatéricas mudam o jogo. É a mesma baliza, o mesmo jogo, 11 contra 11, mas as condições mudam o jogo, depois há muitas equipas, muitas culturas. Temos sangue quente argentino e sangue quente turco. Benfica e Boca são duas equipas cheias de individualidades, com histórico muito grande. A Argentina é campeã do Mundo, Portugal venceu a Liga das Nações. É uma questão que vai ser respondida mais à frente.
— Belotti e Renato Sanches estão aqui,vão ficar?
— O passado ficou para trás, a próxima época não está incluída neste momento, posso garantir que o grupo vai ser diferente na próxima época. O passado está fechado e o futuro está a ser preparado. Está identificado o que temos de preencher na nossa equipa para termos um plantel de enorme qualidade.
— Não tem Tomás Araújo, mas também não tem reforços, é também para testar soluções para o lado direito da defesa?
- Sim, por isso viemos mais cedo. Tivemos oportunidade de chamar alguns jogadores da equipa B e dos juniores e pudemos conhecê-los melhor. Primeiro grande objetivo atingido cá, conhecer melhor os nossos jogadores. Sabemos o que queremos e a qualidade e exigência do Benifca, não quisemos precipitar-nos. Há vagas para preencher, a do lateral-direito é uma delas, mas não quisemos contratar para ter só no Mundial de Clubes, quem entrar tem de ter qualidade. Daqui a cinco semanas, um pouco mais, estaremos a competir de 3 em 3 dias, Supertaça, acesso à Liga dos Campeões, Campeonato. E temos de ter entrada diferente daquela que tivemos a época passada. Não ter apenas 11 jogadores, mas antes um plantel de enorme qualidade.
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