Boavista-Benfica: a análise aos jogadores das águias

Rafa fez tudo para ganhar em noite de tragédia grega
 

Atuação do avançado no palco do Bessa: um golo, uma assistência, um remate à trave; Hesitação fatal de Vlachodimos. Expulsão de Musa condicionou, também, encarnados  
 

A FIGURA - Rafa (nota 8)

Uma grande arrancada (antecipou-se a Abascal) apanhou a defesa do Boavista adiantada e, nada egoísta na cara  de João Gonçalves, ofereceu de bandeja o golo a Di María. As suas movimentações baralharam (e de que maneira!) os defesas axadrezados. Apontou, de cabeça, o 2-1,  quebrando com a resistência de João Gonçalves (Rafa marca pelo menos um golo na Liga, há 11 épocas seguidas), já depois de ter acertado com a bola na trave, após falha de Filipe Ferreira. No momento da substituição (85’) e ainda com o Benfica em vantagem, não contava, certamente, assistir do lado de fora à reviravolta do Boavista no marcador e sair do Bessa vergado a uma derrota.    

Notas e análise aos jogadores do Benfica

4 Vlachodimos - O guarda-redes grego nem efetuou uma única defesa nos primeiros 45 minutos e não estaria à espera, certamente, dos momentos complicados que viveu na segunda parte. Numa das situações, hesitou na saída, ficou a meio caminho, com o lance a culminar no penálti a favor do Boavista. A sua indecisão tornou-se numa tragédia grega para o Benfica, que viu o adversário sair vitorioso. Sem responsabilidade nos outros golos sofridos, Vlachodimos pode ver a vida dificultada com a chegada de Trubin.    


4 Bah - A (incómoda) presença de Tiago Morais fê-lo estar retraído no primeiro tempo. Soltou-se mais na segunda parte, tentando servir os companheiros mais adiantados. Quis protagonizar lance artístico  em zona perigosa, perdendo a bola para Pedro Malheiro na jogada que isolou Bozeník para o 3-2.  

4 António Silva - Estava a efetuar uma exibição positiva ao lado de Otamendi, ganhando todos os duelos. Após a entrada de Morato, passou a ser o central do meio e foi já nessa posição que derrubou De Santis no lance do penálti.      

5 Otamendi - Primeira parte sem problemas. No entanto, falhou a interceção ao primeiro poste (incomodado pela súbita movimentação de Makouta) na jogada que levou António Silva a cometer grande penalidade. Terminou como central do lado direito.

4 Jurásek - Esteve escondido e sem iniciativas durante grande parte do jogo. Subiu de rendimento no segundo tempo, com algumas iniciativas interessantes. Substituído devido a lesão.

6 João Neves - Dos melhores jogadores do Benfica.  Encheu o campo, aparecendo em todo o lado, sendo verdadeira carraça para os adversários e mostrando ainda disponibilidade para aparecer em terrenos mais avançados, como aconteceu no segundo golo de Rafa, obrigando João Gonçalves a defesa de recurso, desviando a bola para a trave. Com a sua saída, a equipa ficou sem capacidade de luta, abrindo muitos espaços, bem aproveitados pelos adversários.    

5 Kokçu - O médio turco, que teria a responsabilidade de pegar na batuta e criar desequilíbrios, raramente entrou em jogo, falhando alguns passes e estando ainda pouco participativo nas ações defensivas, obrigando João Neves a esforço suplementar.      

6 Di María - O extremo argentino, descaído sobre a direita, abriu o ativo no Bessa num golo fácil, após oferta de Rafa, marcando pela primeira vez em dois jogos seguidos pelo Benfica (depois da partida contra o FC Porto na Supertaça).  Acabou por ser o sacrificado com a expulsão de Musa, aparentemente desagrado com a substituição. Viu ainda o cartão amarelo no momento da saída.    

5 Aursnes - Causou a primeira situação de perigo ao rematar já na área, obrigando João Gonçalves a defesa difícil (9’). Começou encostado na esquerda, sempre com a tendência para derivar para o meio, no sentido de estar mais em jogo.

4 Musa - Elogiado pelo treinador Roger Schmidt, esteve, porém, longe de corresponder, não tendo muitas oportunidades para aparecer. E acabou por ver vermelho direto, num lance infeliz, ao pisar mal na bola, com o pé a resvalar e a acertar em Abascal.    

5 Morato - Entrou por força da expulsão de Musa, passando a ser o central do lado esquerdo. Chegou até a protagonizar alguns lances pelo corredor para apoiar o ataque.  

5 Florentino - Foi ocupar a zona central do meio-campo, mas não conseguiu ser tão intenso nas marcações como João Neves.  

5 Chiquinho - A ideia seria desequilibrar nas ações ofensivas, mas não teve ocasiões para brilhar, até porque, na ocasião, viu o Boavista crescer e dar a cambalhota no marcador.  

6 David Neres - Protagonizou um dos momentos mais altos da noite, com uma bomba à trave (90+9’) e ainda mexeu com o jogo...    

- Ristic - Lançado a jogo devido à lesão de Jurásek. Sem tempo para criar lances de perigo pelo lado esquerdo.