Benfiquistas perante desafio decisivo
QUANDO um clube é campeão, quem conquista o título não são, de per si, os titulares, os suplentes, o plantel, o treinador, o presidente, demais dirigentes, e os sócios e adeptos. São todos. E se, de alguma forma, assim não for, então o sucesso dever-se-á, apenas, a algumas destas partes, e apesar das outras. O insucesso deverá ser imputado a quem não respeitou a hierarquia de prioridades na vida do clube.
O Benfica, líder com oito pontos de vantagem sobre o segundo, FC Porto, quando há ainda 33 pontos em disputa, encontra-se em boa posição de chegar ao 38.º título nacional da sua história, mas está longe de ter o primeiro lugar como favas contadas, numa altura em que cada jogo é uma final e o jogo seguinte é sempre mais difícil que o anterior.
Exigirá, em tese, o interesse do clube, que até ao fim da campanha futebolística de 2022/2023, nenhuma entidade, grupo ou fação, sem abdicar do direito de escrutínio que lhe assiste sobre factos relevantes da vida benfiquista, coloque areia na engrenagem, trazendo para a ribalta matérias que ainda estão a dar os primeiros passos, periclitantes, noutros domínios. Nada disto significa que, em nome do sucesso, as consciências se submetam a uma anestesia geral, que as torne acríticas face ao que merece investigação ou submissas face ao poder. Se o fizerem, não só podem estar a perpetuar indignidades, que são danosas da reputação do clube, como se estarão a demitir do seu direito/dever de pedir explicações e consequências.
Mas cada coisa a seu tempo. Não é pelo facto do Ministério Público, numa fase embrionária de um processo, acusar A ou B, que estes são culpados, quando não se sabe, sequer, se irão sentar-se no banco dos réus. Querer cavalgar a onda do julgamento na praça pública, apenas trará ruído e divisão, que os adversários não deixarão de agradecer. Ou seja, sem que haja qualquer branqueamento de ações que podem merecer escrutínio, há um tempo e um modo que, em nome de um desígnio coletivo, devem ser observados, sob pena de serem dados tiros nos pés, quiçá irreparáveis. Valerá a pena, aos benfiquistas, refletirem sobre tudo isto, numa fase crucial, quando agitar as águas onde navega uma nau que segue destacada em relação às demais, não terá outra consequência prática do que fazer o jogo do concorrente.
ÁS — PATRICK M. CARVALHO
O Belenenses partiu para a aventura da Liga 3 com a consciência de ir a jogo com um dos orçamentos mais baixos dos clubes em competição. Mesmo assim conseguiu, após muito suor e lágrimas, apurar-se para a fase de subida à II Liga, fase que antecede o habitat natural do histórico clube fundado pelos Rapazes da Praia.
ÁS — DONGMO/PICHARDO
As cores unidas de Portugal voltaram a valer ouro nos Campeonatos da Europa de pista coberta. Símbolos de inclusão e multiculturalidade, estes portugueses por naturalização, na senda de Obikwelu ou Pepe, são símbolo de um País que, depois de ter dado novos mundos ao Mundo, se mantém de mente aberta.
DUQUE — RICARDO SOARES
O Estoril, que nos últimos oito jogos da Liga somou apenas três pontos, vê difícil sair do plano inclinado por onde tem descido, e nem mesmo a entrada de Ricardo Soares evitou nova derrota caseira, desta feita frente ao Vizela (0-3). A onze jornadas do fim, vislumbra-se um icebergue na rota do Titanic da Amoreira.