Benfica: orgulho ferido em Itália, até nos reforços
À procura de fazer história, parte 6: o Benfica jogará pela sexta vez numa das catedrais do futebol, o Giuseppe Meazza, e tentará fazer o que nunca alcançou: vencer no terreno partilhado pelos dois gigantes de Milão, Inter e Milan.
O balanço é negativo: quatro derrotas e um empate em cinco confrontos, três frente aos nerazzurri e dois com os rossoneri. A primeira partida foi a final da Taça dos Campeões Europeus, em 1965, em San Siro, perdida para o Inter. A segunda foi já no formato atual da Liga dos Campeões: a 1 de março de 1995, os encarnados perderam por 0-2 na primeira mão dos quartos de final (bis de Marco Simone), o que somado ao empate a zero na Luz na segunda mão ditou o adeus das águias à competição.
A terceira visita deu-se a 25 de março de 2004, na quarta eliminatória da Taça UEFA, com o Inter a ganhar por 4-3 após o 0-0 na Luz.
Três anos depois, novamente para a Champions, o Benfica deslocou-se a San Siro e perdeu por 1-2, a 18 de setembro de 2007, na fase de grupos. Nuno Gomes fez o golo dos encarnados, que apresentaram no onze Rui Costa, hoje presidente do clube, e Di María, à data ainda um aspirante a grande craque do futebol mundial. Pirlo e Pipo Inzaghi, irmão do atual treinador do Inter, foram os autores dos golos dos italianos.
Os jogos do Benfica no Giuseppe Meazza
| Adv. | Competição (data) | Resultado |
| Inter | Taça dos Campeões Europeus (final 1965) | 0-1 |
| Milan | Champions (1995) | 0-2 |
| Inter | Taça UEFA (2004) | 3-4 |
| Milan | Champions (2007) | 1-2 |
| Inter | Champions (2023) | 3-3 |
O único resultado menos negativo, apesar do desfecho ter sido idêntico, foi o empate na época passada a três bolas (golos de Aursnes, António Silva e Musa) frente ao adversário desta terça-feira, nos quartos de final da Liga dos Campeões, após a derrota por 0-2 no primeiro jogo, em Lisboa.
Até os novos salivam
Há um sentimento de orgulho ferido a marcar a viagem do Benfica a Milão. A despedida da Champions na temporada passada foi difícil de digerir porque havia a convicção, até mesmo dentro do balneário, de que as águias podiam chegar às meias-finais da competição 33 anos depois.
O Inter vive um grande momento de forma (lidera a Serie A), mas é natural que o desejo de vendetta esteja presente nas águias. Não apenas nos que transitaram mas também nos reforços, concretamente dois deles: Di María e Arthur Cabral, que em equipas diferentes viram o Inter roubar-lhes a hipótese de vencerem a Taça de Itália em 2023.
Os nerazzurri eliminaram a Juventus do extremo argentino nas meias-finais e venceram a Fiorentina (2-1) do brasileiro na final. No caso do ponta de lança, tem o consolo de já ter faturado diante do Inter (de penálti), mas num jogo em que os viola perderam por 3-4.
O passado não ganha jogos, mas por vezes serve de combustível para as corridas mais difíceis.
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