Benfica: fator casa no dérbi com o Sporting não é o que parece
O Estádio da Luz não tem sido o lar doce lar que a equipa do Benfica precisava. A casa encarnada tem sido, pelo contrário, um local de desgostos e perigos inesperados, tendo testemunhado a queda de Bruno Lage e alguns momentos amargos para José Mourinho.
Ironicamente, o palco em que a equipa deveria ser mais feliz e mais forte tem sido difícil de pisar e ainda mais de abandonar — ambiente pesado —, mas há um dérbi no horizonte, mesmo a chegar, e vencer o Sporting, na ótica dos benfiquistas, seria tudo esquecer nada reclamar.
A equipa do Benfica tem, pois, uma dívida para pagar, aos adeptos e ao próprio Estádio da Luz, que aguarda por bons resultados e grandes exibições, algo que tem escapado aos encarnados.
Bruno Lage, por exemplo, pagou o preço da quebra exibicional em plena casa encarnada, cedendo ao empate com o Santa Clara, para a Liga, (1-1) e à derrota com o Qarabag (2-3), para a UEFA Champions League. O que pareciam jogos para consolidar foram jogos para separar. Lage fez 10 partidas na temporada, quatro delas fora de casa, vencendo três e empatando uma, com o Fenerbahçe. Foi mais feliz longe da Luz.
José Mourinho também está a lidar com problemas na relação com o lar. Volta agora a casa, a uma casa onde a equipa não vence desde outubro (3-0, na Taça da Liga, no dia 29). Depois disso, derrota com o Leverkusen (0-1), na Champions, e empate difícil de digerir com o Casa Pia (2-2), atrasando a equipa na luta pela Liga.
Aliás, três empates no Estádio da Luz, diante de Santa Clara, Rio Ave e Casa Pia, significaram seis pontos perdidos. Não é difícil perceber onde poderia estar a equipa na Liga, atualmente, se tivesse confirmado o favoritismo a jogar no seu palco — FC Porto lidera e tem 6 pontos de vantagem sobre as águias, o Sporting é segundo com 3 a mais do que o Benfica.
A equipa de José Mourinho parece ter encontrado o caminho certo, há uma série de três triunfos consecutivos, dois deles em contexto delicado — Ajax e Nacional —, mas tudo foi obtido longe do Estádio da Luz, onde as coisas seriam, em teoria, mais difíceis do que na casa encarnada.
Os números, até ao momento, são claros: há um Benfica mais forte na condição de visitante do que na pele de anfitrião. Globalmente, a equipa encarnada leva 25 partidas, 11 em casa e 13 fora. O outro duelo aconteceu em campo neutro, precisamente o triunfo na Supertaça, no Algarve.
A percentagem de triunfos na Luz é de 54,5 por cento, com registo de 6 vitórias, três empates e duas derrotas, longe da Luz a percentagem de triunfos é superior a 69 por cento: 9 vitórias, dois empates e duas derrotas.
Em relação ao Benfica de Mourinho, é indiscutível que há muito mais sucesso fora de casa: em 9 jogos, 6 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. No palco encarnado, 6 jogos e apenas três triunfos, contra dois empates e uma derrota.
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