Pedro Henriques analisa, na Bola da Noite, o caso que marcou o Benfica-Sporting na final da Taça

Benfica: «Esta época ganhámos a Taça da Liga, é pouco»

Antigo vice-presidente apoia comunicado publicado pelas águias. Quanto ao futuro de Bruno Lage, não tem tanta certeza 

O pisão de Matheus Reis a Andrea Belotti na final da Taça de Portugal e as consequências (ou faltas delas) continuam a fazer correr muita tinta no universo encarnado.

José Capristano, antigo vice-presidente do Benfica, aplaude o comunicado publicado pelas águias no dia seguinte e frisa a gravidade do incidente no último dérbi: « O que aconteceu no Jamor foi um crime, não pode ficar impune, o Belotti estava no chão. E o presidente do Sporting em vez de punir o jogador veio defendê-lo.»

José Capristano, antigo vice-presidente do Benfica (foto: Rui Raimundo)

Apesar de estar «completamente de acordo» com a posição tomada pela direção Rui Costa em relação às arbitragens, Capristano defende que podia ter sido veiculada numa fase mais precoce da época: «O Rui Costa é um homem de fair play, se o Benfica tivesse feito há mais tempo, se calhar tinha ganho mais.» 

Quanto à ameaça encarnada de não receber jogos da Seleção Nacional no Estádio da Luz, o antigo dirigente encarnado aponta para os desafios legais: «O Benfica tem de cumprir as leis e não fazer algo punível, mas tem de ir até às últimas instâncias. Daqui a dois meses toda a gente se esqueceu.» 

Futuro é tema sensível 

Em 2024/25, o Benfica lutou em todas as frentes internas até ao último suspiro, mas venceu apenas a Taça da Liga. Para José Capristano, o futuro tem de ser gerido com pinças, a começar pela continuidade de Bruno Lage: «O treinador depende dos resultados, o Benfica não tem ganho muito. Há muito em jogo, não sei o contrato do treinador, o valor da indeminização, há várias premissas, confio em quem lá está.» 

«Esta época ganhámos a Taça da Liga, é pouco, mas chegámos à ultima jornada com possibilidade de ser campeão. Se a bola no poste do Pavlidis (no dérbi da 33.ª jornada) entrasse, éramos campeões. Se o Matheus Reis e o Maxi Araújo são expulsos ganhávamos a Taça de Portugal», frisou Capristano, depositando esperanças no futuro. 

A preparação da nova época é ainda assombrada pelo fantasma das eleições de outubro. Apesar de ter defendido a eleição de Rui Costa em 2022, o antigo dirigente não faz previsões para o novo ato eleitoral: «Não sei se o Rui Costa se vai recandidatar. Votarei em quem defender melhor os interesses do Benfica, é um clube que deve ser o primeiro e dos primeiros e não pode ir a reboque.» 

O dirigente acusou quem «só é do Benfica quando está na Direção» e apontou ainda ao facto de o ato eleitoral de 2025 contar garantidamente com mais candidatos do que em 2022, quando Rui Costa concorreu contra Francisco Benítez. Para já, João Diogo Manteigas, João Noronha Lopes, Martim Mayer e Mauro Xavier devem apresentar candidaturas. Quanto ao atual presidente do Benfica, indefinição é a palavra de ordem. 

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