Pavlidis assinou com o Moreirense o segundo 'hat trick' da época. Também tinha marcado três golos na vitória sobre o Arouca, em outubro, na Luz - Foto: Rogério Ferreira / Kapta+
Pavlidis assinou com o Moreirense o segundo 'hat trick' da época. Também tinha marcado três golos na vitória sobre o Arouca, em outubro, na Luz - Foto: Rogério Ferreira / Kapta+

Benfica: a estratégia de Mourinho para Pavlidis marcar mais

Treinador criou mecanismos para avançado sair menos da área e, dessa forma, evitar maior desgaste físico. E também proporcionou condições para o internacional grego aparecer mais vezes na zona de finalização

Vangelis Pavlidis está mais eficaz que nunca na frente da baliza. O hat trick que assinou na vitória do Benfica sobre o Moreirense reforça o bom momento do avançado grego de 27 anos, que soma 19 golos em 28 jogos pelo Benfica.

Pavlidis colhe os frutos do trabalho coletivo, mas também individual, sob o comando de José Mourinho — com Bruno Lage, nos primeiros 10 encontros da temporada, tinha média de 0,4 golos por jogo, ou seja, precisava de mais de dois jogos para marcar, desde que o special one pegou na equipa elevou a capacidade goleadora para média de 0,8 por jogo, ou seja, praticamente um golo por jogo.

Para lá das preocupações coletivas, de que tem dado conta, José Mourinho, ao mesmo tempo, tem trabalhado individualmente com os jogadores. Disso A BOLA deu conta, recentemente, em relação a Richard Ríos e Samuel Dahl, que também estão numa curva ascensional no que diz respeito a exibições, mas o mesmo acontece com Pavlidis.

O treinador de 62 anos acredita que o ponta de lança internacional helénico pode ainda melhorar como finalizador da equipa. A relação com a produção ofensiva coletiva é inquebrável e Pavlidis, reconhecem todos, só poderá marcar mais se a equipa mais produzir.

Mourinho, todavia, tem insistido com Pavlidis para que ele apareça mais em zonas de finalização. Está a criar mecanismos para que o avançado não precise de sair das zonas de finalização da pequena área, evitando, dessa forma, desgastar-se em excesso e, assim, garantir mais disponibilidade física que se traduz em maior discernimento na fase de finalização.

Além das questões mais táticas e técnicas, Mourinho esforçou-se para retirar a pressão emocional de Pavlidis, deixando bem claro que contava com a contribuição dele para devolver a equipa ao topo.

O treinador, na conferência de Imprensa depois da vitória sobre o Moreirense, fez questão de elogiar Pavlidis, mais pela compromisso com a equipa que propriamente pelos três golos.

«Fico extremamente contente, em primeiro lugar, pela maneira como aceitou não jogar contra o Nápoles», começou por dizer quando foi convidado a falar da exibição do avançado, assinalando, ainda assim, que «estava fresquinho e poderia ter marcado quatro golos», por considerar que não foi assinalado um penálti por falta sobre Pavlidis.