Juan Ayuso

Ayuso preocupa na Lidl-Trek: «Não sei se terá vontade de me ajudar»

Mattias Skjelmose preocupado com contratação do espanhol, após tudo o que aconteceu na UAE com Pogacar e João Almeida

A chegada de Juan Ayuso à Lidl-Trek não está a agradar a todos na formação norte-americana. O dinamarquês Mattias Skjelmose expressou sérias dúvidas quanto ao seu futuro entendimento com o trepador espanhol, que saiu da UAE Emirates em clima de conflito.

Questionado pelo canal dinamarquês TV2 Sport à margem dos Mundiais de ciclismo que estão a decorrer no Ruanda, Skjelmose não escondeu a preocupação: «Soube da notícia sem que a equipa me dissesse. Acho um pouco estranho. Será um novo desafio.».

Vencedor surpresa da Amstel Gold Race na primavera, à frente de Tadej Pogacar e Remco Evenepoel, Skjelmose tem reservas sobre a mentalidade de Ayuso, que na UAE já não suportava ter de trabalhar para Pogacar, ou mais ainda para João Almeida, como aconteceu na Vuelta, e ser privado de plenos poderes.

Criticado pela sua incapacidade de se integrar num coletivo, o ciclista de 23 anos respondeu comparando a formação dos Emirados a uma «ditadura». Com contrato inicial até 2028, encontrou uma porta de saída ao juntar-se à equipa americana Lidl-Trek, onde, a partir da próxima época, irá partilhar o protagonismo com Giulio Ciccone (30 anos) e Skjelmose (25 anos).

«Confio no que a equipa me disse. Disseram-me que acreditam em mim. Não sei qual é a relação com a chegada de Ayuso. Há dois anos que me dizem que querem construir uma equipa à minha volta. Mas não me parece que o tenham contratado para ser gregário. Veremos o que acontece», reforçou Skjelmose, que foi promovido a líder da Lidl-Trek na última Volta a França, antes de abandonar na 14.ª etapa.

«Temos os mesmos objetivos. Se ele tem alguma dificuldade em trabalhar para o Tadej, não sei se terá vontade de me ajudar de alguma forma, se for necessário. Mas talvez ele simplesmente não se sentisse bem na UAE. Não o conheço bem, por isso não sei o que se passou naquela equipa», continuou o dinamarquês, nada entusiasmado com a ideia de partilhar a liderança com Ayuso numa Grande Volta. «Pode ser que eu não participe na próxima Volta a França», disse, com um sorriso. «Não sei, veremos quando chegar a altura, o Tour ainda está longe.»