José Borges, presidente da APAF - foto: Miguel Nunes
José Borges, presidente da APAF - foto: Miguel Nunes

APAF ameaça com «paragem total» dos árbitros

Comunicado anuncia intensificação das ações de protesto

A APAF anuncia, em comunidado intitulado 'Cartão Vermelho à Violência Verbal', que os árbitros «vão manter e intensificar as ações de protesto», e ameaça mesmo com uma «paragem total», até que sejam «implementadas medidas objetivas e eficazes de forma a garantir o respeito, a segurança e a dignidade do exercício da função de arbitrar».

A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol lembra a reunião com a Liga, realizada a 12 de novembro, na qual apresentou um conjunto de propostas de alterações regulamentares, focadas sobretudo no agravamento de punições, manifestando o desejo que as mesmas fossem aplicadas já no decorrer da presente temporada, algo dependente de unanimidade em Assembleia Geral da Liga.

A associação liderada por José Borges entende que a resposta da Liga «não satisfez as pretensões apresentadas», pelo que os árbitros «vão manter e intensificar as ações de protesto». «Consideramos avançar para uma paragem total dos árbitros, caso nada seja feito, em tempo útil, em relação às nossas propostas», refere o comunicado, que exige que o tema seja debatido na Assembleia Geral da Liga e na Cimeira de Presidentes, já esta quinta-feira, dia 4 de dezembro.

No que diz respeito à Federação Portuguesa de Futebol, a APAF regista «o compromisso do Conselho de Arbitragem (...), que se mantém empenhado em assegurar as melhores condições para o desempenho da função de arbitrar», e destaca o «compromisso claro por parte do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, em ratificar, de imediato, as alterações regulamentares, depois de aprovadas pela Liga Portugal, mostrando dessa forma a disponibilidade para garantir este caminho de melhoria».

A fechar, o comunicado defende ainda que «o clima instalado está também a refletir-se nos árbitros das restantes competições, nacionais e distritais, em todos os escalões, com especial incidência na falta de segurança».

O comunicado da APAF:
Cartão Vermelho à Violência Verbal A APAF reuniu no passado dia 12 de novembro com a Liga Portugal, cuja representação incluía o seu presidente Reinaldo Teixeira, com o objetivo de apresentar um conjunto de propostas de alterações regulamentares que pretendemos ver implementadas, já esta época. Atendendo à resposta da Liga Portugal, que consideramos não satisfazer as pretensões apresentadas, anunciamos que os árbitros vão manter e intensificar as ações de protesto, até que sejam implementadas medidas objetivas e eficazes de forma a garantir o respeito, a segurança e a dignidade do exercício da função de arbitrar. Consideramos avançar para uma paragem total dos árbitros, caso nada seja feito, em tempo útil, em relação às nossas propostas. Exigimos que este tema seja finalmente encarado com a seriedade e profundidade que merece e que seja devidamente debatido na Liga Portugal, tanto em sede de Assembleia Geral como na Cimeira de Presidentes, marcada para o próximo dia 4 de dezembro. É fundamental que as alterações regulamentares e disciplinares estejam, de forma clara, em cima da mesa, e que exista uma verdadeira vontade de ajustar o regulamento em benefício das competições. A APAF e os árbitros registam o compromisso do Conselho de Arbitragem da FPF, que se mantém empenhado em assegurar as melhores condições para o desempenho da função de arbitrar. Existe igualmente um compromisso claro por parte do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, em ratificar, de imediato, as alterações regulamentares, depois de aprovadas pela Liga Portugal, mostrando dessa forma a disponibilidade para garantir este caminho de melhoria. Esperamos a mesma responsabilidade e determinação por parte de todas as restantes entidades que integram o jogo. Este não é um assunto exclusivo dos árbitros do quadro das competições profissionais. O clima instalado está também a refletir-se nos árbitros das restantes competições, nacionais e distritais, em todos os escalões, com especial incidência na falta de segurança, tema que deve merecer a melhor atenção das entidades competentes. Porque todos queremos e merecemos um desporto mais saudável.

artigo atualizado