Ríos e Leandro Barreiro festejam efusivamente o segundo golo encarnado (Foto Miguel Nunes)
Ríos e Leandro Barreiro festejam efusivamente o segundo golo encarnado (Foto Miguel Nunes)

Águas cristalinas de Ríos limparam as estrelas da Champions (as notas do Benfica)

Tremenda exibição do colombiano que começa a justificar o elevado investimento no seu passe. Imensos encarnados numa bitola elevada. Ivanovic aprovado na aposta de José Mourinho
O melhor em campo: Ríos (8)
Quando alguém marca um golo e assiste para outro não há grandes dúvidas de quem é o melhor em campo. Dos pés de Richard saíram Ríos de água cristalina que limparam as estrelas da Champions que para os encarnados estavam um bom bocado baças. Continua com uma mochila bem pesada às costas resultante dos muitos milhões que custou o seu passe. Mas, paulatinamente, vai justificando o investimento, isto após já ter sido o melhor em campo no dérbi. Muito intenso como já demonstrava nos tempos de Palmeiras, é ele quem define o 'timing' de pressão da equipa. E quando deriva para as faixas, a sua passada larguíssima faz imensos estragos nas defensivas contrárias, como ficou demonstrado à saciedade no lance do segundo golo, no qual quando levantou a cabeça viu logo onde teria de colocar a bola.

Trubin (5) —  Em  véspera de greve geral, o ucraniano agradeceu o escassíssimo pacote laboral ofensivo dos napolitanos  na primeira parte, que fez com que    fizesse  uma espécie de greve   de zelo.  Ou seja, estava em campo mas não estava,  pois nada foi obrigado a fazer durante esse  período. Na segunda parte, viu os avançados contrários mais perto da sua zona de jurisdição, mas por estranho que possa parecer não fez qualquer defesa complicada.

Dedic (7) — Desta vez nem foi preciso o bósnio ser tão ofensivo como costuma ser para criar desequilíbrios ofensivos. Mas como a principal missão de um defesa é mesmo essa, defender, nesse capítulo não comprometeu e pela frente estava só o campeão italiano em título.

Tomás Araújo (7) — Mourinho colocou-o porque é o mais rápido dos centrais e os avançados napolitanos são velozes, mas nem foi necessário fazer uso dessa arma. Bastou o sentido posicional para esconjurar o perigo da área encarnada.

 Otamendi (7) — Ninguém é humanamente eterno mas os diamantes são eternos, como a canção do filme do 007. E o capitão é um diamante. Ficou chateado consigo próprio porque não conseguiu marcar em remate acrobático. No entanto, esse falhanço não lhe retirou o brilho…

 Dahl (6) — Continua a parecer muito curtinho para lateral de equipa grande, mas a verdade é que esteve no lance do primeiro golo ao solicitar Ivanovic. Mas tem de mostrar mais, até porque há um miúdo de 17 aninhos cheio de vontade de mostrar serviço, de seu nome José Neto, e que até já tem um título de campeão de mundo no currículo.

Barranechea (7) — Foi o tampão da zona de meio-campo e contribuiu, e muito, para que o cavalinho McTominay não se tivesse mostrado e, desta vez nem ficou muito preso cá atrás e quando teve oportunidade (79’) galgou metros atrás de metros para servir Pavlidis e este colocar Milinkovic-Savic em sentido.

Aursnes (6) — Começou com nota artística altíssima com um toque de calcanhar a desmarcar Ivanovic, depois perdeu um golo cantado quando rematou completamente enrolado de pé esquerdo mas, de resto, parece estar de volta aos níveis de intensidade e de rigor tático de outrora.

Leandro Barreiro (7)— A prova provada de que um operário também pode saber tocar flauta e de lá sair uma bela melodia, como aconteceu naquele toque magistral de calcanhar que redundou no segundo golo encarnado. O luxemburguês estava quase de costas para a baliza mas colocou os encarnados numa posição bem frontal para a vitória.

Sudakov (7) — Está, definitivamente, a assinar um tratado de paz com os adeptos. Depois do golo no dérbi, mais uma boa exibição, que começou com um passe a roçar o fantástico para Aursnes (11’) e muita ajuda a Dahl no processo defensivo. No papel começou a jogar encostado à esquerda, mas derivou imensas vezes para o meio, onde se sente mais à-vontade e tem mais espaço para dar asas à sua imaginação.

Ivanovic (7) —  Ainda antes do início do encontro,  José   Mourinho explicou porque colocou o croata no onze em detrimento  de Pavlidis, pois pretendia maior mobilidade na frente de ataque para abrir brechas no último reduto dos italianos. Até aqui tudo bem , assim como na forma como pressionou a primeira fase de construção do adversário. Mas fica a pecha do falhanço ao minuto 11…

Pavlidis (6) — Quem tem faro de golo apuradíssimo tem-no. Entrou com pouco mais de um quarto de hora para jogar e ainda dispôs de duas oportunidades. Não marcou, mas por pouco…

António Silva (6)— Mais um soldado para a trincheira defensiva quando foi preciso segurar o triunfo.

Tiago Freitas (—) — Fica no currículo que na estreia pela equipa principal encarnada venceu o campeão italiano. Mau? Longe disso.

José Neto (—) — Os adeptos estavam ansiosos por ver o jovem alentejano em ação e Mourinho fez-lhes a vontade, já na compensação.

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