Acabou-se o toque de midas? Como os adversários contrariam a estratégia do Barcelona
O Barcelona regressa à competição este sábado, depois da paragem das seleções, e num dos momentos mais delicados da história recente: a receção ao Girona acontece após as duas derrotas consecutivas diante do PSG, para a UEFA Champions League, e do Sevilha, para a LaLiga.
Além das derrotas, as críticas centram-se, sobretudo, com a quantidade de ocasiões que os blaugrana têm permitido aos adversários. Outrora uma equipa exímia a defender alto e a sacar vários foras de jogo aos rivais, a equipa de Hansi Flick parece ter perdido esse toque de midas e tem-se apresentado bem mais vulnerável esta temporada.
As estatísticas falam por si: destaca o jornal Marca que os adversários culés, na temporada passada, eram apanhados em fora de jogo cerca de oito vezes por jogos. Em 2025/26, esse número reduziu para apenas cinco. Uma diminuição de 37,5 por cento, que tem um reflexo inversamente proporcional no número de oportunidades à baliza do Barcelona e, consequentemente, nos golos sofridos pela equipa catalã.
Só nos últimos dois jogos, por exemplo, foram seis os golos encaixados por Wojciech Szczesny: à derrota por 2-1 diante do PSG seguiu-se a goleada sofrida em Sevilha, por 4-1.
«As críticas centraram-se no número de oportunidades que os adversários criaram nos primeiros dois meses da temporada. No Sánchez-Pizjuán, os anfitriões conseguiram jogar nas costas da defesa do Barcelona em muitas situações. Algo difícil de ver na temporada passada, em que a equipa de Flick conseguia defender tão bem», lê-se, na publicação da Marca.
O treinador alemão insiste no posicionamento dos seus defesas perto da linha do meio-campo, mas a eficácia em forçar os adversários a cair em fora de jogo diminuiu consideravelmente. Em 2024/25, o Barça forçou 289 foras de jogo e foi a equipa das principais ligas da Europa.
Os primeiros encontros da temporada revelaram logo os problemas defensivos da formação de Camp Nou, que as derrotas recentes confirmaram. Cubarsí, defesa-central, frisou que o problema não é só dos jogadores defensivos. «Temos de pressionar logo no ataque, como na época passada. Tudo começa aí, é decisivo», defendeu, após o desaire em Sevilha.
A maior evidência deste declínio defensivo dos comandados de Hansi Flick é o clássico de há um ano, diante do Real Madrid: os jogadores merengues foram apanhados em offside 12 vezes durante 90 minutos. Só Kylian Mbappé, por exemplo, foi apanhado oito vezes.
Para a Marca, um dos fatores que podem ter contribuído para este registo menos positivo é a saída de Iñigo Martínez no verão, para o Al Nassr, de Cristiano Ronaldo, Jorge Jesus e João Félix. Cubarsí passou a jogar do lado esquerdo do eixo defensivo, além de ter perdido o grande parceiro.
«Ronald Araújo tem sido o seu parceiro mais utilizado. Apesar de um bom começo, a relação entre os dois não é a mesma que com Iñigo.»
O Barcelona recebe este sábado o Girona, em jogo da jornada nove da LaLiga. A meio da semana há duelo europeu com o Olympiakos, antes da deslocação a Madrid, para disputar o El Clásico com o Real.