A origem humilde empurrou-a para o atletismo e valeu ouro a Portugal
Rosa Mota. Ou Rosinha de Portugal. E o diminutivo tem apenas a ver com os 157 centímetros que mede e o carinho que foi conquistando ao longo de décadas e que prevalece, muito para lá do ouro olímpico que conquistou em Seul, em 1988.
Porque na estrada, Rosa é espinho duro de bater. Não é por acaso que é considerada por muitos como a melhor maratonista de todos tempos.
E para o perceber basta mostrar números: das 18 maratonas que concluiu, Rosa Mota venceu 14 e a pior classificação que alcançou foi um 4.º lugar. Foi três vezes campeã europeia. Uma vez campeã mundial – em 1983, na estreia da maratona feminina na competição. Conquistou a medalha de bronze olímpico quatro anos antes de chegar ao ouro, em Los Angeles.
Nada mau para alguém que em menina preferia a natação ou o ciclismo, mas cujas origens humildes empurraram para o atletismo por ser um desporto mais barato.
Um encontro feliz entre a desportista e o desporto que valeu a Portugal a primeira medalha de ouro feminina Jogos Olímpicos. E que tirou Rosa Mota do anonimato para a tornar numa das maiores referências desportivas de Portugal.
Ainda hoje, é de Rosa Mota o recorde nacional, obtido em 1985, quando correu a maratona de Chicago em 2:23.29 horas, e que é o mais antigo máximo ainda em vigor no atletismo português.
E a Rosinha, aos 66 anos, continua a correr. E a ganhar. E a bater recordes. Como fez em fevereiro, ao tornar-se na mais rápida de sempre a correr a meia-maratona para atletas entre os 65 e os 69 anos.