André Narciso dirigiu o FC Porto-Estoril - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+
André Narciso dirigiu o FC Porto-Estoril - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+

Certo no essencial, irregular na disciplina: a análise de Pedro Henriques à arbitragem do FC Porto-Estoril

André Narciso, árbitro da AF Setúbal, teve desempenho globalmente positivo. As decisões menos corretas não tiveram real impacto no jogo e acertou no mais importante, com alguns lapsos na disciplina

7’ No golo anulado aos dragões, por fora de jogo de Samu, mesmo sem linhas e a olho nu, percebe-se que o espanhol está adiantado relativamente ao penúltimo adversário no momento do passe. O protocolo do VAR quer que os assistentes, mesmo com a certeza da irregularidade em termos de posição, em caso de jogada onde pode haver finalização, mantenham a bandeirola em baixo e só a levantem após a sua conclusão, para que desta forma permitam sempre a intervenção do VAR para eventualmente reverter alguma decisão.

12’ Jordan Holsgrove entra em tackle e com a perna direita a deslizar toca, rasteira e derruba Victor Froholdt, para além da entrada negligente, corta uma saída em contra-ataque. Uma falta tática que foi bem sancionada disciplinarmente.

35’ Ian Cathro treinador do Estoril, foi advertido no banco, por protestos em relação a uma decisão do árbitro.

38’ Cartão amarelo bem mostrado a Ricard Sánchez por empurrar, sem bola e sem interesse de jogar ou disputar a mesma, Borja Sainz que ia apanhar o esférico mais à frente ficando dessa forma com o corredor esquerdo todo livre.

42’ Francisco Moura acaba por ver corretamente o cartão amarelo por de forma ostensiva e deliberada, por trás, agarrar Rafik Guitane. Com esta infração cortou um ataque prometedor da equipa estorilista no seu corredor direito.

Positivo
As poucas faltas (25) resultam de arbitragem que privilegiou o contacto físico. Tempo útil de jogo 62%.
Negativo
A gestão disciplinar; tempo adicional no segundo tempo, foi escasso. O jogo parado pelos petardos e fumos.

45’ Foram dados três minutos de tempo adicional, em função de um golo anulado, outro validado, os quatro cartões amarelos exibidos e a pausa rápida para que o fumo lançado das bancadas se dissipasse.

53’ Cartão amarelo para Joel Robles, guarda-redes do Estoril, por comportamento antidesportivo. Na ocasião, agarrou numa das bolas que estava fora do terreno de jogo e mandou-a para dentro das quatro linhas para impedir que o mesmo recomeçasse.

79’ Boma, ao passar entre dois jogadores dos dragões, acaba por se desequilibrar e cair porque foi empurrado com ambas as mãos por Jakub Kiwior, infração fora da área, que era passível de livre direto e cartão amarelo por corte de ataque prometedor.

90’ Uma vez mais, o tempo extra, recuperação de tempo perdido, não foi o adequado. O árbitro deu apenas quatro minutos. Numa competição onde os golos marcados e sofridos são importantes e impactantes para a classificação, onde há prémios para os melhores marcadores, independentemente de o resultado estar ou não resolvido (não era o caso, pois havia apenas um golo de diferença), é muito importante que os árbitros sejam mais assertivos nesta matéria. No segundo tempo houve seis paragens para substituições, onde entraram oito jogadores, se considerarmos os tais quarenta e cinco segundos por cada uma dessas paragens, percebemos que os quatro minutos foram pouco.

90’ William Gomes ao saltar acabou por acertar com o braço esquerdo na cara de Pedro Carvalho, uma entrada negligente e antidesportiva, que para além do livre direto, que foi bem assinalado, era passível de cartão amarelo.

90+2’ Faltou mostrar cartão amarelo a Ferro por ao tentar fugir à marcação do seu adversário, que na ocasião era Eustáquio acabar por lhe acertar com o braço direito na cara do médio dos azuis. Mãos, braços, cotovelos ao nível da cara, nuca ou cabeça, que é uma zona de proteção são normalmente penalizadas disciplinarmente.

90+3’ Os elementos oficiais que estão no banco não podem sair da sua área técnica sem a respetiva autorização e muito menos para irem, como foi o caso, até à linha de baliza para dar instruções aos jogadores. Foi por isso que o árbitro advertiu um dos técnicos-adjuntos dos dragões.

NOTA DO ÁRBITRO — 6