«Profissionalismo não é dinheiro, é atitude», diz novo selecionador nacional
Simon Mannix

«Profissionalismo não é dinheiro, é atitude», diz novo selecionador nacional

RÂGUEBI17.04.202415:31

Neozelandês Simon Mannix apresentado. Novo selecionador nacional quer atitude na seleção nacional. Mais importante do que a questão de contratos profissionais.

«Profissionalismo não é dinheiro, é atitude. E é na atitude que estou mais interessado», começou por afirmar o neozelandês Simon Mannix, apresentado esta quarta-feira como novo selecionador de râguebi de Portugal, quando questionado se apostaria no profissionalismo numa seleção dividida entre os jogadores amadores dos clubes portugueses e os que atuam nas divisões profissionais e semiprofissionais em França.

«Hoje o valor do contrato é possivelmente mais importante que a camisola. Mas é algo que não compreendo na seleção, onde, para mim, a atitude do jogador na seleção é mais importante que qualquer contrato que exista. Vai ao fundo das razões de jogares pela seleção nacional», respondeu a A BOLA durante a conferência de imprensa na Tribuna de Honra do Estádio Nacional, no Jamor, ao lado de Carlos Amado da Silva, presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR).

«Independentemente de o jogador ser pago ou não, espero atitude quando é convocado», reforçou, recuperando a sua experiência no Munster, na Irlanda. «Só em alguns lugares no mundo do râguebi uma camisola é mais importante que o contrato. Para alguns jogadores a camisola do clube era mais importante do que a da seleção nacional. Era incrível sentir e ver isso», confessou.

«Estar comprometido com um trabalho é profissionalismo. Não é só sermos pagos. Somos uma pequena federação, com orçamentos baixos e o que queremos é atitude e essa aparece quando vais jogar pelo teu país. Quero jogadores que estejam entusiasmados e que queiram estar cá», reforçou.

«Serei importante aqui e em França»

A realidade amadora do râguebi português não assusta Simon Mannix. «Não temos hipótese. É a realidade e não podemos dizer que será diferente», frisou, referindo que a eventual desvantagem é ultrapassada pelo «compromisso» e «consistência».

Com contrato assinado por 4 anos, conforme avançou Amado da Silva, o selecionador que sucede a Patrice Lagisquet (e Sébastien Bertrank, um mês no cargo), estará entre França e Portugal.

«Serei importante aqui e em França», afirmou. Logística à parte, com «o propósito de ter metade de jogadores franceses e outra metade portugueses», avançará para o conhecimento do «ambiente do râguebi e dos clubes em Portugal, como trabalham do ponto de vista do râguebi e as condições», disse, à margem da conferência de imprensa. «O francês conheço bem. E em França (o meu trabalho) passa por manter as relações com clubes, jogadores e treinadores», explicou.

Esta mescla será parte do sucesso. «Penso que as diferentes experiências que os jogadores podem ter de treinadores, culturas diferentes, os campeonatos português e francês, que é multicultural, é importante e nos fará crescer», garantiu.

Elogios feitos ao trabalho do seu antecessor, Mannix revelou o estilo que jogo que quer implementar. «Aposto no lado atlético. Não quero correr contra uma parede, não pedirei aos meus jogadores para fazê-lo e quero circulação de bola», avisou.

«Procuramos a consistência física, e melhorias técnicas e táticas. É o desafio a longo termo, continuar com o potencial que mostraram (no Mundial de França) e queremos ver isso. A nossa marca é: necessitamos de ser rápidos, fortes e em forma», concluiu.

«Somos 16.º do ranking, queremos subir e competir com seleções do tier 1. Estou entusiasmado e espero que os jogadores também», assinalou durante a apresentação.

«O meu trabalho começa rápido, continuar a descobrir talento e trabalhar sobre o talento para ter resultados», antecipou, na janela de junho e já «a olhar para o Mundial da Austrália 2027 em que não vamos para participar, mas sim para competir. É esse o estado de espírito, ser competitivo em cada jogo», finalizou.