Patrícia dedicou vitória na Mongólia à avó
«Sim, correu tudo bastante bem, mesmo. De uma forma bastante resumida: acho que sim», declarou a A BOLA, rindo-se, Patrícia Sampaio após a conquista da medalha de ouro no Grand Slam de Ulaanbaatar, na Mongólia. Etapa do Circuito Mundial que marcou o regresso à competição da judoca do Gualdim Pais (3.ª do ranking) um mês e meio depois de ter conquistado o bronze no Mundial de Budapeste.
E, na realidade, tudo não podia ter sido melhor e mais rápido. Patrícia, de 26 anos, ganhou todos os três combates por ippon. E o que levou mais tempo, nem sequer chegou a 2 minutos. Na final, teve pela frente a japonesa Mami Umeki (27.ª), que apenas havia defrontado uma vez, nos quartos de final do Grand Slam de Telavive de 2023, tendo perdido.
Desta feita não lhe deu hipótese. Na primeira pega, projectou Umeki, de 30 anos e três vezes pódio em campeonatos do mundo, para yuko. Na segunda, através de um o-soto-gari, marcou wazari, seguindo para uma rápida imobilização. Tudo em apenas… 37s!
Enquanto saia do tatami e antes de saltar para os braços do irmão Igor, seu treinador desde 2013 e que se estreou a orientá-la numa prova do Circuito, esticou o braço esquerdo e apontou para o céu com o indicador. «Foi como no Mundial, quis dedicar esta vitória à minha avó. Não estava nada planeado, foi o que senti vontade de fazer», justifica sobre o gesto naquela que passou a ser a segunda vitória num grand slam.
A primeira aconteceu em Paris, em fevereiro, quando voltou à cidade em que, seis meses antes, assegurara o bronze olímpico nos Jogos 2024.
Somando agora dez pódios em grand slams (2+1+7) e 15 se juntarmos os grand prix, a atual melhor judoca nacional tem cumprido um percurso arrasador desde os Jogos. Nas seis provas seguintes em que participou, nunca voltou para casa sem ser medalhada. Incluindo a que lhe confere o título de campeã da Europa, ganho em abril, em Podgorica (Montenegro).
Isenta da ronda inaugural e com a prova a contar apenas com apenas 12 judocas nos -78 kg, Patrícia entrou em ação na segunda ronda e já a contar para os quartos de final. Ultrapassou a bielorrussa Aleksandra Babintseva (92.ª) por ippon quando ainda faltavam 2.17m no cronómetro e tendo já somado um wazari aos 60s.
Na meia-final, só permitiu que a chinesa Yuxiao Pen (45.ª), estivesse na luta 13s. O ippon foi considerado o melhor ippon do terceiro dia de competição.
Foi para, como é habitual, resolver tudo o mais depressa possível de forma a que não houvesse um acumular de cansaço? «Em jeito de brincadeira tinha dito que esse era o objetivo: resolver rápido. Estou a atravessar uma fase mais cansada e não queria deixar prolongar muito os combates. Mas é obvio que não dá para prever como vai ser. Esse é sempre o objetivo, só que nem sempre é conseguido. Só que esta vez foi o que aconteceu. Foi bom!», concluiu.