Quase mais do que a equipa de Andorra, ou outras que estão a na possibilidade de se juntarem à Liga, todos sabem da importância da presença do clube catalão na prova.
MADRID — Antes de haver a ideia da Liga Ibérica, a Espanha tentou fazer um campeonato envolvendo equipas francesas, mas nunca teve capacidade para arrancar. Foi num congresso da federação internacional da modalidade que surgiu a sugestão de tentar a fórmula envolvendo Portugal e assim também ajudar o país a crescer no hóquei no gelo e em nível competitivo.
«O grande problemas que temos, quer Portugal como nós, é que todos os países acima na Europa são muito superiores. Jogam no top europeu: Itália, Grã-Bretanha, França…», conta Frank Gonzalez, presidente da Real Federação Espanhola de Desportos no Gelo.
«E quando estão lá em cima não querem jogar com equipas ou países com nível mais baixo. Por isso é importante que a partir da fronteira dos Pirenéus nos ajudemos para melhorarmos. Até porque os nossos países não prestam muita atenção aos desportos de inverno. Nos de verão a Espanha é forte», analisa.
Depois de na temporada passada apenas ter podido participar no campeonato de Espanha sem estar autorizado a vir ganhar algum título, HC Porto junta-se a seis clubes espanhóis na criação de uma competição ibérica que terá 21 jornadas a começar a 21 de setembro e acabar a 16 de fevereiro. Presidente da federação portuguesa radiante e esperançoso no crescimento da modalidade e qualidade.
«É isso que queremos mudar e trabalhamos com o nosso Conselho Superior de Desportes e inclusive com o comité olímpico, apesar de já termos conseguido medalhas olímpicos na patinagem, curling e no ski», refere quem no discurso piscou o olho, por várias ocasiões, a Andorra para que entre na Liga. País que estava representado pela embaixadora.
«Eles têm um rinque de hóquei e se quisessem até começavam a jogar já, não precisavam de esperar a próxima época. Possuem jogadores. O problema é que na parte final acabam sempre por ter pouca convicção para avançarem».
E que são os Nordic Vikings, que também gostariam de ter na Liga? «São suecos, que têm na sua maioria de elementos estudantes que estão em Madrid durante seis meses e muitos até já cá jogam. Mas, a parte de todos estes, o Barcelona tem de voltar a ter uma equipa. É muito importante que regresse pela sua força como clube. E existe igualmente a hipótese de Vitoria apostar na Liga, assim como outras cidades».
Gonzalez, revela então uma ideia da federação que quer colocar em prática. «Temos um projeto de montarmos, a expensas nossas, pistas de gelo no período de Natal em várias cidades para as pessoas patinarem e depois levar lá os desportos de inverno. Dizem sempre que um rinque é muito caro, mas é cinco vezes mais barato do que uma piscina. O que se pode fazer é que os compressores que gelam a piscina de gelo funcionem ao mesmo tempo para aquecer a água da piscina. É positivo e poupa-se energia. Pode-se tirar proveito disso e será perfeito para o crescimento da modalidade. É essa ideia que estamos a dar a muitas cidades, mas vamos pouco a pouco», concluiu.