Paris-Nice: Bis de Tim Merlier e ligeiro sobressalto para João Almeida
Segunda etapa da Paris-Nice, segunda decisão ao sprint em pelotão compacto, e segunda vitória para Tim Merlier. O belga da Soudal Quick-Step voltou a impor-se em dias consecutivos com autoridade aos demais velocistas noutra chegada em terreno plano, após 183,9 quilómetros entre Montesson e Bellegarde.
O bis do campeão europeu de fundo, sem concorrência entre sprinters no pelotão desta Paris-Nice, permite-lhe reforçar a liderança da classificação geral da corrida francesa. Esta segunda-feira, Merlier bateu diretamente os franceses Emilien Jeanmière (TotalEnergies) e Hugo Page (Intermarché) - este último desclassificado pelos comissários da corrida devido a sprint irregular, promovendo o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek) ao terceiro lugar da tirada.
🏁 Le doublé pour 🇧🇪@MerlierTim ! 🏆
— Paris-Nice (@ParisNice) March 10, 2025
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Iúri Leitão lutou arduamente no pelotão, agitado nos quilómetros finais, pelo melhor posicionamento para o sprint e conquistou a 13.ª posição na etapa, excelente em corrida do WorldTour, o que confirma a evolução do português em confrontos com adversários de equipas de escalão superior à da espanhola Caja Rural, em que milita.
João Almeida, da UAE Emirates, foi surpreendido por um corte no pelotão, devido a queda, a 17 quilómetros da chegada, mas pôde recuperar para o grande grupo, integrando-o até ao final da etapa, onde concluiu na 93.ª posição com o mesmo tempo do vencedor. Um sobressalto para o português, que aspira à vitória nesta edição da Paris-Nice. O seu companheiro de equipa Ivo Oliveira foi 105.º, igualmente no pelotão.
A etapa foi marcada pela longa fuga do norueguês Jonas Abrahamsen, da Uno-X, um corredor combativo e de inesgotável resistência, que sobressaiu, com espanto, na Volta a França 2024, e que nesta jornada foi o último a ceder de um trio que escapou logo ao quilómetro zero. Depois de os parceiros de aventura terem abdicado, o nórdico manteve-se isolado até 2,5 km do final, quando, por fim, foi alcançado pelo pelotão.
A terceira etapa, na terça-feira, é um contrarrelógio por equipas, entre o Circuito de Nevers Magny-Cours e Nevers, com a distância de 28,4 km, e deverá provocar as primeiras diferenças entre candidatos aos lugares cimeiros da classificação geral.
Merlier: «Nunca tinha ganho com camisola de líder»
Apesar de se ter envolvido numa queda no pelotão a 45 quilómetros da chegada, ainda que sem consequências físicas ou causadoras de grande atraso, Tim Merlier voltou a apresentar-se nas melhores condições para o sprint final e a impor-se, por ampla vantagem, aos adversários. O velocista da Soudal Quick-Step ergueu os braços pela primeira vez de camisola amarela. «É especial... Vou lembrar-me disso!», confirmou o belga após a etapa.
«É uma vitória que certamente recordarei. É a primeira vez na minha carreira que venço com uma camisola de líder da classificação geral...», afirmou Merlier.
«No início, controlávamos a fuga sozinhos, mas depois a Lidl-Trek começou a ajudar-nos. Os fugitivos estavam a brincar connosco, o que foi irritante, e no final Abrahamsen continuava muito forte», contou o campeão da Europa de fundo.
«No sprint, estava um pouco fechado atrás do [Mads] Pedersen, mas ele foi para a esquerda. Saí muito cedo, enfrentando o vento, mas tive boas pernas. Foi um dia difícil com várias quedas fortes, alguém me atingiu por trás, mas felizmente fiquei bem», explicou, terminando por antever o contrarrelógio por equipas, que se seguirá.
«Amanhã [3.ª etapa], creio que perderei a camisola amarela, mesmo que não deixemos de lutar por ela, é claro», concluiu.