Faleceu, este domingo, José Bastos Nunes, um dos pioneiros no lançamento e desenvolvimento do judo em Portugal depois da passagem e radicação no País, em 1957, de Kiyoshi Kobayashi, do qual foi um dos principais discípulos e assistente ao longo de mais de 50 anos. Com 86 anos detinha o 9.º Dan, a maior graduação existente no judo luso. Natural de Sintra, começara a praticar a modalidade, depois de ter passado por outras como o hóquei em patins – onde foi campeão nacional júnior – boxe e jiu-jitsu, na Sociedade Matinha, em Lisboa. Ao lado de Kobayashi, ajudou a promover o judo em sucessivas ações pelo país e colaborando na elaboração de livros e revistas sobre a modalidade ao mesmo tempo que representado o Judo Clube de Portugal. Emblema pelo qual se sagrou campeão nacional absoluto em 1961 e de pesos leves em oito ocasiões entre 1960 e 1972, a que se podem juntar cinco títulos nacionais por equipas e duas Taças de Portugal. É tido como o primeiro judoca português a ter subido a um pódio internacional ao ser prata no 1.º Torneio Internacional Lisboa-Madrid e integrou as primeiras seleções nacionais a competirem em campeonatos da Europa e no Mundial de 1961. Foi treinador do JC Portugal e ajudou a desenvolver a modalidade em várias coletividades, sobretudo na região de Sintra. Primeiro no União Sintrense e depois fundando o JC Sintra, formando em todos sucessivos judocas que viriam a ganhar títulos nacionais e a representar Portugal, tanto como atletas como selecionadores. Foi igualmente mestre de judo em vários colégios e instituições nacionais, como a Escola Superior de Polícia e a Escola Prática da Guarda Fiscal, atual GNR, onde lecionou durante mais de 40 anos . Na federação de judo, de que era sócio de mérito, entre outras atividades, foi diretor técnico nacional, árbitro, vice-presidente e presidente da comissão de graduações. A BOLA endereça à família e amigos, assim como aos clubes e organismos pelos quais José Bastos Nunes passou e deixou a sua eterna marca as mais sinceras condolências.
